ADSE disponível para correcções depois da entrada em vigor das novas tabelas

Conselho directivo diz que novos preços vão ser aplicados a partir de 1 de Março. Privados preparam posição conjunta para contestar tabelas.

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ADSE quer reduzir encargos dos beneficiários em 13 milhões de euros Paulo Pimenta

O conselho directivo da ADSE mantém a intenção de aplicar as novas tabelas de preços a pagar aos prestadores privados de cuidados de saúde a partir de 1 de Março. Mas está disponível para corrigir “situações pontuais” e para integrar propostas que lhe cheguem, desde que “sejam justificáveis”.

A garantia foi deixada nesta terça-feira pelo presidente da ADSE, Carlos Liberato Baptista, no dia em que as associações que representam os hospitais privados, os laboratórios de análises e os centros de diagnóstico anunciaram que estão a preparar uma posição conjunta para contestar as novas tabelas, que implicam uma perda de 30 milhões de euros anuais para o sector privado de saúde.

“Estamos disponíveis para propostas alternativas que nos sejam apresentadas e que sejam justificáveis e não coloquem em causa a sustentabilidade da ADSE e a qualidade do serviço disponibilizado aos nossos beneficiários. A tabela deve entrar em vigor a 1 de Março, mas temos sempre tempo para ir corrigindo situações pontuais que nos sejam propostas e sejam justificáveis”, adiantou ao PÚBLICO, acrescentando que esperam receber contributos dos privados até esta sexta-feira.

Liberato Baptista já antes tinha dito ao Diário de Notícias que poderá haver ajustamento de alguns valores, desde que os prestadores privados corrijam algumas práticas, nomeadamente facturações excessivas e prescrição de exames desnecessários.

A direcção da ADSE já reuniu com a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) e com a Associação Nacional de Laboratórios (ANL), para discutir as tabelas que permitirão ao sistema e aos beneficiários poupar um pouco mais de 42 milhões de euros. Nesta quarta-feira, vai receber a União das Misericórdias Portuguesas.

Apesar da abertura da direcção da ADSE para aceitar algumas mudanças, fonte oficial anunciou que as associações de prestadores, através da Federação Nacional de Prestadores de Cuidados de Saúde (FNS),  "estão a preparar uma posição conjunta”. Está prevista uma reunião na próxima segunda-feira, altura em que essa posição conjunta será estabilizada.

Entretanto, a FNS enviou uma carta à ADSE – que não quis tornar pública – e só irá prestar declarações depois de receber uma resposta.

Também nesta terça-feira, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, defendeu que o Serviço Nacional de Saúde tem capacidade para assegurar os cuidados prestados pelos privados para a ADSE, desde que com o mesmo financiamento.

O dirigente diz, em entrevista à Lusa, que dificilmente os privados vão deixar de trabalhar com o sistema de assistência na doença dos funcionários e aposentados do Estado, que tem mais de um milhão e 200 mil beneficiários. “Não seria suportável para os hospitais privados viver sem a ADSE”, justificou.

Em 2017, as entidades privadas que têm convenção com a ADSE apresentaram uma facturação de 460 milhões de euros ao sistema. Uma parte significativa da facturação, quase 64% do total, diz respeito aos hospitais dos grandes grupos privados associados da APHP, que no ano passado apresentaram uma factura de 292,5 milhões de euros à ADSE pelos cuidados prestados aos beneficiários.

Caso um número significativo de prestadores privados deixe a rede da ADSE, a direcção do instituto garante que tem soluções alternativas em cima da mesa

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