O PSD quer ouvir no Parlamento a comissão de trabalhadores e o conselho directivo do Infarmed sobre a possível mudança para o Porto. O requerimento a “solicitar a audição urgente” foi apresentado esta quarta-feira, depois da audição do ministro da Saúde sobre este tema.

Logo na comissão de Saúde o deputado do PSD, Miguel Santos, anunciou que ia fazer o pedido por considerar que os esclarecimentos prestados pelo ministro Adalberto Campos Fernandes não foram suficientes. “O senhor ministro da Saúde não conseguiu demonstrar a credibilidade da decisão de transferir o Infarmed para a cidade do Porto, em particular no que concerne ao tempo, ao modo e ao impacto da mesma, quer sobre a actividade e o funcionamento do Infarmed, quer sobre os seus efeitos relativamente aos respetivos trabalhadores”, diz o requimento.

Numa nota enviada à agência Lusa, a comissão de trabalhadores do Infarmed congratulou-se com "a iniciativa de que irá ser requerida a sua presença para esclarecimentos à comissão de saúde". O anúncio da mudança da sede do regulador para o Porto foi feita a 21 de Novembro, numa conferência, sem que tivesse sido comunicada antes ao conselho directivo e funcionários.

"Não existe compromisso nenhum"

A comissão de trabalhadores diz ainda que na comissão parlamentar de Saúde pretende mostrar algumas contradições manifestadas pelo ministério: "Esta será uma oportunidade para esclarecer os senhores deputados sobre algumas informações prestadas pelo senhor ministro da Saúde, que contradizem a informação por ele prestada aos representantes dos trabalhadores do Infarmed no decorrer da reunião realizada no Ministério da Saúde a 11 de dezembro".

No Parlamento, na sequência de um requerimento apresentado pelo PSD, o ministro Adalberto Campos Fernandes garantiu não existir nenhum compromisso imobiliário com a Câmara do Porto para a transferência do Infarmed. “O único compromisso que Governo tem é com o seu programa, onde está expressamente referida a descentralização. Entendemos que equacionar a descentralização do Infarmed é do interesse nacional. Não existe compromisso nenhum, por cima ou por baixo da mesa, com nenhuma entidade. O comportamento da Câmara do Porto tem sido exemplar. O que se passa é articulação entre órgãos do poder central com o poder regional”, afirmou. Com Lusa