Direcção suspende Paula Brito e Costa por 30 dias
Foi ainda instaurado um "procedimento prévio de inquérito" à actuação da presidente demissionária da associação. Direcção justifica que a sua presença no local de trabalho “pode ser susceptível de perturbar” as averiguações desse processo.
A direcção da Raríssimas suspendeu preventivamente a ex-presidente da associação, Paula Brito e Costa, por um período de 30 dias do cargo de directora-geral da Casa dos Marcos, justificando que a sua presença no local de trabalho “pode ser susceptível de perturbar” as averiguações do processo de inquérito interno que foi entretanto aberto.
A decisão foi anunciada esta quarta-feira, numa declaração sem direito a perguntas lida aos jornalistas por Marta Balula, vogal da direcção, citada pela SIC.
A direcção instaurou um "procedimento prévio de inquérito" à actuação da presidente demissionária, sob escrutínio por alegada gestão danosa da associação. O objectivo desta averiguação interna é "investigar a alegada violação dos direitos de sigilo, obediência e lealdade para com o empregador", diz o comunicado da direcção.
Depois de se demitir da presidência da Raríssimas, Brito e Costa manteve-se no cargo de directora-geral da Casa dos Marcos, o principal projecto desta associação, onde se deslocou esta quarta-feira para trabalhar, motivando o protesto de cerca de meia centena de funcionários da instituição.
Na sexta-feira, os trabalhadores já tinham pedido à direcção que suspendesse Paula Brito e Costa com efeito imediato. Num abaixo-assinado, 90 trabalhadores reiteraram que "uma investigação rigorosa e célere impõe que a presença da ex-presidente, enquanto trabalhadora da instituição, seja impedida".
As suspeitas que recaem sobre a ex-presidente desta IPSS estão ainda a ser investigadas pelos inspectores da Segurança Social, a quem o ministro da tutela, Vieira da Silva, pediu na semana passada uma inspecção urgente. E pelo Ministério Público, que está a investigar a Raríssimas desde Novembro, antes da reportagem da TVI ter tornado o caso público.
O caso levou à demissão do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que em 2013 e 2014 foi consultor da Raríssimas, com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.
As suspeitas colocaram ainda em xeque Vieira da Silva, que antes de assumir a pasta no governo socialista, foi vice-presidente da Assembleia Geral da Raríssimas. O que o coloca “numa posição de particular sensibilidade”, mas não lhe retira condições para permanecer no cargo de ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, acredita.