Congresso dos EUA não vai aplicar sanções contra o Irão
A janela de 60 dias aberta pela recusa de Trump em certificar o Irão está próxima de expirar sem que o Congresso apresente qualquer plano para reintroduzir sanções.
O Congresso dos EUA vai deixar expirar o prazo de 60 dias sem aplicar novas sanções ao Irão, apurou a Reuters junto de várias fontes. A decisão deixa o acordo internacional que congela o programa nuclear iraniano intacto durante mais algum tempo.
Em Outubro, o Presidente norte-americano, Donald Trump, recusou assinar um documento que certifica que o Irão cumpre as principais directivas previstas pelo acordo assinado em 2015 pelos EUA e outros seis países. A decisão abriu uma janela de 60 dias durante a qual o Congresso poderia ter aplicado o regime de sanções que o acordo bloqueia – o que acabaria por enterrar o acordo em definitivo.
Os líderes do Congresso não apresentaram qualquer plano para reintroduzir as sanções antes do fim do prazo, que caduca quarta-feira, diz a Reuters. Assim, Trump terá de, no próximo mês, voltar a decidir se continua a certificar que o Irão cumpre o acordo nuclear. Ou se toma ele próprio a decisão de dizer que o Irão não o cumpre, apesar de as outras partes signatárias não serem dessa opinião, e a fiscalização da Agência Internacional de Energia Atómica não o confirmar.
Durante a campanha eleitoral, Trump criticou duramente o acordo assinado pelo seu antecessor, Barack Obama, que disse ser o pior alguma vez assinado pelos EUA. Porém, apesar de ter poderes para aplicar directamente sanções contra o Irão, Trump tem optado por colocar o ónus no Congresso. Ameaçou sair do acordo nuclear se os congressistas não alterassem a Lei de Revisão do Acordo Nuclear com o Irão, tornando-a mais dura.