Vicente Amigo, do Grammy à Gulbenkian

Vicente Amigo apresenta-se esta sexta-feira no Grande Auditório da Gulbenkian (às 21h) para apresentar ao vivo um disco recém-premiado com um Grammy Latino, Memoria De Los Sentidos.

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Vicente Amigo vem apresentar Memoria De Los Sentidos, disco que lhe valeu um Grammy Latino para Melhor Álbum Flamenco Juan Perez-Fajardo

A última notícia que tivemos dele foi esta, e em tom entusiástico: o guitarrista Vicente Amigo conquistou o Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum Flamenco pelo seu último disco Memoria De Los Sentidos. O anúncio foi feito em Las Vegas, na madrugada de 16 para 17 de Novembro, e acrescentou mais um Grammy ao rol de prémios do guitarrista flamenco, que em 2001 já recebera idêntica distinção pelo seu disco Ciudad De Las Ideas, editado em 2000.

Agora, menos de duas semanas após o prémio, Vicente Amigo apresenta-se esta sexta-feira no Grande Auditório da Gulbenkian (às 21h) para apresentar ao vivo o disco premiado. Memoria de los Sentidos, editado já em 2017. Com nove temas, o disco abre com Amoralí (gravado com Potito), seguindo-lhe Guadamecí, La Fragua (este com El Pele), Puente de los Orfebres (com Farruquito), Sevilla, Plaza de Las Sirenas (com Pepe De Pura), Tientos del Candil (com um cantaor que ainda recentemente nos visitou, e também na Gulbenkian, Miguel Poveda), Las Cuatro Lunas (com Pedro el Granaíno), fechando, por fim, com um Réquiem, este gravado com várias vozes: Niña Pastori, Arcángel, Miguel Poveda, Rafael de Utrera e Pedro el Granaíno.

Andaluz, nascido em 1967 em Guadalcanal, Sevilha, mas criado em Córdoba, Vicente Amigo Girol iniciou-se cedo nas lides do flamenco com os guitarristas El Tomate, El Merengue e sobretudo Manolo Sanlúcar, com quem trabalhou e estudou durante anos. Começou a sua carreira a solo em 1988 e logo em 1989 ganhou, por unanimidade do júri, o prémio Ramón Montoya de guitarra de concerto no XII Concurso Nacional de Arte Flamenca de Córdoba. Desde essa data, Vicente Amigo tem conquistado diversos galardões como guitarrista, tocando ao lado de músicos tão diferentes quanto Camarón de La Isla (1950-1992), Stanley Jordan, David Bowie, Keith Richards, Bob Dylan, João Bosco, Milton Nascimento e Wagner Tiso.

De 1991 até hoje, Vicente Amigo gravou já oito discos de estúdio: De Mi Corazón Al Aire (1991), Vivencias Imaginadas (1995), Poeta (1997, baseado na poesia de Rafael Alberti), Ciudad De Las Ideas (2000), Um Momento En El Sonido (2005), Paseo De Gracia (2009), Tierra (2013) e Memoria de los Sentidos (2017). Portugal é dos países que faz questão de colocar sempre na agenda. Foi em Lisboa, aliás, que teve um dos seus mais memoráveis concertos: ao lado de Al Di Meola, John McLaughlin e Paco de Lucía, no Campo Pequeno, em 1993. Com ele (na guitarra flamenca), estarão na Gulbenkian Añil Fernandez (também na guitarra), Ewen Vernal (baixo), Paquito González (percussão) e Rafael de Utrera (voz).

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