Defesa de Michael Flynn corta relações com equipa de Trump

Analistas dizem que poderá haver um acordo de cooperação entre o general e a equipa de Mueller, o procurador-especial que investiga a ligação de Moscovo às eleições presidenciais americanas.

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Michael Flynn foi demitido cerca de 20 dias depois de ter sido nomeado para a equipa de Trump Reuters/Carlos Barria

Michael Flynn, o antigo conselheiro para a Segurança Nacional de Donald Trump demitido por ter mentido sobre as comunicações que manteve com o embaixador russo durante a campanha presidencial, pode estar a colaborar com a equipa de Robert Mueller, que lidera a investigação ao caso, diz o New York Times.

Em causa está a notificação feita pela defesa do ex-conselheiro à equipa de Trump de que não poderão discutir a investigação em curso.

O jornal cita quatro fontes envolvidas nessa comunicação entre equipas de advogados que garantiram que a troca de informação cessou, o que poderá significar que Flynn está a “cooperar com os procuradores ou a negociar um acordo”, escreve o Times.

Trump e a sua equipa estão sob uma investigação especial devido a suspeitas de ligações a Moscovo durante a campanha presidencial com o objectivo de prejudicar a campanha da rival democrata, Hillary Clinton, e ajudar a eleger o candidato do Partido Republicano.

A interrupção da troca de informações entre a equipa dos advogados de Trump e de Flynn por si só não prova a existência de uma colaboração, mas os analistas defendem que este é um poderoso indício.

Quando um dos clientes coopera com os procuradores é comum que os advogados cessem as comunicações com o outro cliente que continua sob investigação, uma vez que seria “um conflito de interesses”. No início de Novembro, a NBC News tinha avançado que a equipa de Mueller já tinha recolhido provas suficientes para avançar com acusações formais contra Flynn.

“Ninguém deve concluir que isto significa que o general Flynn está a cooperar contra o Presidente”, sublinha Jay Sekulow, membro da equipa de defesa de Trump citado pela CNN e garantido que esta não foi uma notícia “totalmente inesperada”.

Pelo menos três pessoas ligadas à campanha de Trump já foram acusadas por Mueller. Paul Manafort e Rick Gates, detidos no início do mês, declararam-se inocentes. George Papadopoulos, antigo conselheiro para a política externa da campanha do actual Presidente, admitiu ter mentido às autoridades sobre os contactos que manteve com os russos.

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