Precisamos de relatórios conjuntos sobre informação em saúde
Falta uma perspectiva longitudinal dos problemas, considera Conselho Consultivo de Saúde.
As instituições que colhem e tratam informação em saúde, como dados sobre mortalidade e morbilidade, devem melhorar a articulação entre si para evitar a duplicação de esforços e de gastos, defende o Conselho Nacional de Saúde (CNS). A recomendação consta do Relatório sobre a Saúde em Portugal: o que se sabe em 2017, trabalho que resulta de uma meta-análise de vários estudos publicados entre 2015 e 2017 sobre o estado da saúde no país.
De uma maneira geral, parece existir quantidade e qualidade de dados acerca da mortalidade, morbilidade e dos "determinantes" em saúde, mas “falta uma perspectiva longitudinal acerca dos problemas”, conclui este órgão consultivo do Governo.
No caso da mortalidade, o CNS destaca que, ainda que seja da responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística a publicação dos dados, e da Direcção-Geral da Saúde e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge trabalhá-los e codificá-los, não foram encontrados relatórios conjuntos, propondo-se que isso passe a ser feito.
O órgão consultivo do Governo recomenda igualmente que a produção de informação em saúde integre dados sobre as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, ao contrário do que muitas vezes acontece actualmente, e que haja um maior enfoque nos determinantes sociais da saúde, de maneira a “orientar as intervenções para as causas dos problemas”.
Tendo em consideração a natureza de alguns estudos, defende ainda o CNS, seria expectável que apresentassem recomendações, o que nem sempre acontece e, “mesmo nos casos em que estas são apresentadas, é raro que decorram necessariamente dos dados analisados”. “Muitas constituem-se mais como intenções, frequentemente políticas”, do que como recomendações técnicas, nota.