Resultado da Sonae cresce 9% no primeiro semestre

Empresa divulga um crescimento de 8% do volume de negócios consolidado do grupo no primeiro semestre deste ano. Negócio digital apresenta acelerações vincadas. Lucro líquido caiu 4% por factores extraordinários.

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Nelson Garrido

O volume de negócios da Sonae acelerou em todas as unidades do grupo no primeiro semestre deste ano, atingindo os 2603 milhões de euros, um crescimento de 8% face ao período homólogo de 2016.  De acordo com a informação prestada à Comissão e Mercados de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonae não só aumentou o volume de negócios, como o resultado da operação avaliado pelo EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) cresceu 9,2% para os 116 milhões de euros.

De acordo com a Sonae (proprietária do PÚBLICO), a “forte performance operacional dos negócios” no primeiro semestre de 2017 contribui para o crescimento dos indicadores de rentabilidade da Sonae em todas as unidades do grupo. Não só houve “um crescimento das vendas de todos os negócios e uma melhoria da rentabilidade operacional”, como o grupo também beneficiou “da valorização dos centros comerciais e dos menores custos financeiros decorrentes do reconhecimento da forte estrutura de capital da Sonae”. 

Na área do retalho, o volume de negócios do grupo cresceu 7,5% no semestre, para 2564 milhões de euros, sendo a área do retalho alimentar quem continua a assegurar a principal fatia, com um volume de negócios a atingir os 1777 milhões de euros (um aumento de 5,1% no semestre, em termos homólogos).

A Sonae afirma que continua a reforçar a liderança na distribuição alimentar e dentro do segmento especializado, em insígnias como a Worten que lhe têm permitido melhorar a sua posição competitiva no mercado ibérico. “Num mercado em constante evolução, tanto em Espanha como em Portugal, a operação de e-commerce da Worten teve um desempenho positivo, crescendo mais de 50% em Portugal e mais de 70% em Espanha – em ambos os casos melhorando, de forma significativa, a quota de mercado digital, consolidando os benefícios da plataforma web recentemente actualizada, assim como as melhorias nas funcionalidades omni-canal”, acrescenta a Sonae.

Na divisão de Sports & Fashion (onde entram as marcas MO, Zippy, Sport Zone e Salsa) o volume de negócios aumentou 28,8% no semestre para 270 milhões de euros.

Outro factor de destaque parece ser o impacto que as empresas Nos e Sonae Sierra têm nos resultados do grupo e que, no segundo trimestre de 2017, deram mesmo o melhor resultado trimestral de sempre, com um contributo de 17 milhões de euros.

Apesar de todas estas variações positivas, há linhas que se inscrevem a vermelho na tabela de resultados do grupo: o resultado líquido atribuível aos accionistas cai 4,4% no final do primeiro semestre deste ano (fixa-se nos 73 milhões de euros contra os 76 milhões de euro registados no primeiro semestre de 2016). Mas tal fica a dever-se ao impacto que tiveram em 2016 as operações de sale and lease back - que permitiram um encaixe de 56 milhões de euros - e que não se repetiram no primeiro semestre deste ano. Houve novas operações de sale and lease back, com impacto de 35 milhões de euros, mas que se registaram já depois do fecho do semestre.

“Excluindo os ganhos de capital não recorrentes registados no primeiro trimestre de 2016, fruto essencialmente das operações de sale and lease back, a evolução do resultado líquido da Sonae teria sido claramente positiva. Aliás, no segundo trimestre, cuja comparabilidade não é afectada pelos itens não recorrentes, o resultado líquido atribuível aos accionistas aumentou 39,7%, para 65 milhões de euros, com melhoria de todos os indicadores operacionais e de rentabilidade”, lê-se no comunicado.

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