Roger Federer é agora ainda mais favorito
Andy Murray e Novak Djokovic estão fora do torneio de Wimbledon, que terá um finalista inédito.
Há um ano, Roger Federer saiu de Wimbledon consciente de que não estava a 100% para voltar a discutir os grandes títulos. O suíço ainda não estava totalmente recuperado da lesão no joelho esquerdo que o levou à mesa de operações cinco meses antes e somava apenas uma vitória em quatro duelos com adversários do top 10, acabando por ceder diante de Milos Raonic, em cinco sets. Mas deixou o All England Club com um aviso aos que já antecipavam para breve a reforma do suíço: “Para ser bastante claro, espero voltar ao court central”. Doze meses passados e Federer reencontrou Raonic, desta vez nos quertos-de-final, só que em circunstâncias bem diferentes: em condições físicas perfeitas e psicologicamente fortíssimo, depois de, em Janeiro, na Austrália, ter somado um 18.º título do Grand Slam. E o resultado foi uma vitória autoritária do suíço em três sets. Com Andy Murray e Novak Djokovic fora do torneio, Federer é o grande favorito a conquistar um oitavo título em Wimbledon.
“Favorito? Não interessa, os outros três tipos são maiores que eu, batem forte e vou ter que encontrar forma de ultrapassá-los”, afirmou Federer, após vencer o 100.º encontro que disputou em Wimbledon: 6-4, 6-2 e 7-6 (7/4). Só no terceiro set é que Raonic dispôs de break-points, cinco, mas sem sucesso e, no tie-break, o canadiano serviu a 3/0. Mas cinco pontos consecutivos de Federer inverteram a tendência do jogo decisivo e foi o suíço a celebrar a passagem às meias-finais, pela 12.ª vez em Wimbledon.
Para chegar à 11.ª final em Wimbledon, Federer tem que ultrapassar Tomas Berdych (15.º), finalista em 2010, que só esteve 1h03m no court, até que Novak Djokovic desistiu. Após ceder o primeiro set, o sérvio recebeu assistência médica, por causa da crónica lesão no cotovelo direito, mas ao fim de dois jogos (7-6, 2-0) abandonou. “Talvez vá perder metade da época”, vincou Djokovic.
Descanso é também o que espera Andy Murray. O britânico, diminuído por uma lesão na anca que apareceu há cinco semanas, só teve pernas para discutir três sets com Sam Querrey (28.º), que vai suceder a Andy Roddick, o último norte-americano nas meias-finais de Wimbledon, em 2009. Um ano depois de eliminar Djokovic, Querrey voltou a derrotar o detentor do título e da primeira posição do ranking, desta vez, pelos parciais de 3-6, 6-4, 6-7, 6-1 e 6-1.
Murray chegou a ter um set e um break de vantagem, mas Querrey venceu três jogos consecutivos para fechar a segunda partida. O escocês reagiu bem e, com um break no início do terceiro set, liderou até servir a 5-4. No tie-break, foi Querrey o menos consistente. No quarto set, Murray baixou de nível e após uma série de 20 pontos ganhos em 23, Querrey assumiu o controlo e venceu o terceiro encontro consecutivo em cinco sets. Graças à desistência de Djokovic, o escocês vai manter o primeiro lugar do ranking.
Na meia-final, Querrey vai reencontrar Marin Cilic (6.º), com quem protagonizou, em 2012, o segundo encontro mais longo na história do torneio: 5h31m (só o histórico duelo de 11 horas entre John Isner e Nicolas Mahut foi mais longo). Cilic é também um estreante nas meias-finais de Wimbledon, embora já tenha um título do Grand Slam no seu currículo, conquistado em 2014. “Ganhar o Open dos EUA ajudou-me a acreditar que posso chegar às últimas fases dos grandes torneios”, frisou Cilic, depois de vencer Gilles Muller (26.º), ao fim de 3h30m: 3-6, 7-6 (8/6), 7-5, 5-7 e 6-1.