Rússia recebe Bashir, que o TPI quer julgar por crimes contra a humanidade

Autoridades sudanesas anunciam visita do Presidente do país a Moscovo.

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Bashir está no poder desde 1989 e é acusado pelo genocídio no Darfur Reuters

O Presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir, fará uma rara viagem internacional até Moscovo. Bashir é acusado de crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia.

O ministério sudanês dos Negócios Estrangeiros diz que Bashir foi convidado pelo Presidente russo, Vlamidir Putin, na segunda metade de Agosto.

Já depois de indiciado, em 2009, Bashir tem feito algumas visitas que incluíram alguns países signatários do acordo que institui o TPI (a Rússia não é signatária). Estes têm-se recusado a prendê-lo apesar do mandado internacional. Os países mais visitados foram o Egipto, Eritreia, e Arábia Saudita; Bashir não sai, em geral, muito da região.

Uma visita especialmente contenciosa aconteceu em 2015 quando Bashir foi à África do Sul. Na altura, o Supremo Tribunal pediu que Bashir fosse impedido de sair do país para ser entregue ao TPI, mas o Governo ignorou – mais, levou o Governo de Pretória a anunciar a saída do país do TPI. Esta saída acabou por não se concretizar, depois de ter sido bloqueada pelo Supremo.

Bashir, no poder há mais de 25 anos, é acusado de crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade pelo papel no conflito do Darfur, onde terão morrido 300 mil pessoas, segundo as Nações Unidas.

A visita à Rússia acontece quando os Estados Unidos consideram levantar um embargo comercial ao Sudão que dura há 20 anos.