Catarina Martins pede "medidas públicas" para combater desigualdade e pobreza

Coordenadora do Bloco de Esquerda esteve em Setúbal.

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LUSA/HUGO DELGADO

A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu nesta quinta-feira "medidas públicas" como "a valorização salarial" ou o "combate à precariedade" para contrariar as desigualdades sociais e a pobreza, durante uma visita ao bairro do Forte da Bela Vista, em Setúbal.

"Em Portugal, a desigualdade é de tal forma grande que uma em cada quatro crianças vive em situação de privação material e situação de pobreza. A média é uma em cada cinco, Portugal tem mais pobreza infantil do que os países com que se compara", disse Catarina Martins durante a visita ao Forte da Bela Vista, bairro que foi pintado pelos moradores com o apoio da Câmara de Setúbal, mas que precisa de outras intervenções.

Referindo-se ao relatório hoje divulgado pela UNICEF (a agência das Nações Unidas para a infância) sobre a situação das crianças nos países desenvolvidos, Catarina Martins congratulou-se com o reconhecimento de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) chega às crianças portuguesas, mas acrescentou que o documento também coloca Portugal na segunda metade da tabela, o que significa que ainda não conseguiu resolver o problema das desigualdades e a situação de pobreza de muitos menores.

Para a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), num momento em que se fala de boas notícias para o país - como o crescimento económico -, é preciso que todos compreendam que são necessárias medidas públicas para "combater as desigualdades e a pobreza", ou Portugal continuará a abandonar os mais pobres.

"Os dados sobre a pobreza infantil, os dados sobre a nossa incapacidade de acabar com a fome nas crianças são extraordinariamente importantes", disse Catarina Martins, defendendo que se trata de um problema que exige um conjunto de "medidas públicas".

"Se as crianças são pobres é porque as famílias são pobres e, portanto, as questões do combate à precariedade e da valorização salarial são essenciais, porque vivemos num país com 2,6 milhões de pobres. É um país onde muita gente trabalha e, mesmo assim, não consegue sair da pobreza", afirmou.