Sons da Cidade, em Coimbra, arranca com Chico César e fecha com Adriana Calcanhotto
Quarta edição da iniciativa para assinalar inscrição da universidade na lista de património UNESCO vai de 17 a 24 de Junho e tem orçamento duplicado
O Sons da Cidade volta a percorrer Coimbra para celebrar a classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia na lista do Património Mundial da UNESCO. O tema desta quarta edição, Língua, Vozes que Viajam, serve como uma evocação do papel da Universidade de Coimbra na lusofonia.
Os primeiros e últimos sons da programação deste ano vêm do outro lado do Atlântico. O músico brasileiro Chico César abre a programação com um concerto no Pátio das Escolas, no dia 17 de Junho, e Adriana Calcanhotto encerra-a, uma semana depois, no dia 24, no Jardim da Sereia.
A vice-reitora da UC para a Cultura, Clara Almeida Santos, refere-se ao espectáculo da cantora como “um concerto-tese”, que é resultado da sua residência artística em Coimbra, onde está desde Fevereiro. Segundo a responsável, que falava ontem aos jornalistas na apresentação da programação do Sons da Cidade, a artista “desenvolveu um plano de actividades intenso na Faculdade de Letras da UC”.
José Miguel Pereira, da produção da iniciativa, explica que o tema reforça “o papel que a universidade teve na disseminação da língua e também na formação das elites dos países de expressão portuguesa”. Apesar de ser uma “celebração”, junta-se-lhe “uma reflexão do que pode esta língua, que tem milhões de falantes em todo o mundo”.
Ao longo da semana de programação, para além da música (há também o concerto de Selma Uamusse, uma das vozes dos Wraygunn, no dia 22), o Sons da Cidade leva a Coimbra exposições, visitas guiadas e performances. Os sons vão passar por espaços como o Jardim Botânico, o Terreiro da Erva, o Colégio das Artes ou o Salão Brazil.
José Miguel Pereira refere que há criações artísticas próprias do Sons da Cidade, como o concerto de Adriana Calcanhotto ou a oficina de experimentação performática Cri [ou] lar, no dia 23.
Clara Almeida Santos referiu a importância de estender os eventos à cidade, não os circunscrevendo à universidade, para que as pessoas possam “usufruir do património”. Já a vereadora da Cultura, Carina Gomes, diz que o evento não tem um público específico, esperando que este “seja tão amplo quanto possível”.
A vice-reitora destaca ainda as estruturas efémeras a construir pelo colectivo Há Baixa, o conjunto de estudantes de arquitectura, para dinamizar os largos do Largo do Poço, da Fornalhinha e do Adro de Baixo.
O Sons da Cidade é promovido pela Câmara Municipal, pela Universidade e pela Turismo Centro de Portugal. Este ano, a iniciativa está inserida no projecto Lugares Património Mundial da Região Centro, o que significa que tem financiamento comunitário através do Centro 2020. Foi por essa via que o orçamento desta edição se fixou em 40 mil euros e duplicou em relação ao ano passado. Com excepção do jantar mestiço, no dia 23, todas as iniciativas são gratuitas.