Número de escolas encerradas devido à greve nas cantinas é "muito residual"

Trabalhadores das cantinas estão em greve por melhores salários.

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A grande maioria dos trabalhadores das cantinas recebe o salário mínimo nacional xx direitos reservados

O Ministério da Educação disse nesta segunda-feira que o número de escolas encerradas devido à greve que abrange os trabalhadores das cantinas escolares é "muito residual", não adiantando dados concretos.

Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), disse ter apenas conhecimento de uma escola encerrada — a Escola E.B. 2,3 de Ramalho Ortigão, no Porto — devido à greve, referindo ainda outros dois casos, de escolas do 1.º ciclo, em que houve trabalhadores que aderiram à paralisação, mas em que os alunos foram almoçar a casa e regressaram à tarde.

O sindicalista Francisco Figueiredo, da estrutura sindical que convocou a paralisação, referiu ter conhecimento de 40 escolas na região norte e 50 na região de Coimbra que aderiram à greve.

Os trabalhadores das cantinas e refeitórios escolares, de hospitais e outros serviços do Estado concessionados estão nesta segunda-feira em greve por melhores salários.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares adiantou, em comunicado, que a greve teria efeitos na prestação do serviço de refeições nos hospitais, escolas, centros de formação, fábricas e outras instituições e empresas.

António Baião, dirigente sindical da região Centro, adiantou que a greve se prende "com o boicote que existe neste momento por parte da Eurest", a associação patronal das empresas concessionárias Gertal, Itau, Uniself, Ica, para melhorar as condições de vida destes trabalhadores.

Estas empresas, que "estão na mesa de negociações, não querem melhorar as condições de vida dos trabalhadores" com salários congelados há sete anos, sobretudo nalgumas categorias, como é o caso das cozinheiras, disse o sindicalista.

A grande maioria dos mais de 50.000 trabalhadores ao serviço destas empresas recebe o salário mínimo nacional, adiantou António Baião, acusando ainda estas empresas de quererem "desregulamentar completamente o contrato colectivo de trabalho".

Cerca de 100 trabalhadores concentraram-se hoje em protesto frente às instalações da empresa Sogenove, na Maia, no âmbito desta greve.