Donald Trump aprova programa para armar curdos no combate ao Daesh
O objectivo é reconquistar Raqqa, considerada a “capital” do grupo extremista. Turquia considera que as milícias curdas são terroristas e opõe-se à decisão dos EUA.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aprovou um programa para fornecer armamento directo a soldados curdos que estejam a lutar contra o Daesh na Síria. A notícia foi avançada nesta terça-feira pelos jornais Wall Street Journal e pelo New York Times, que citam fontes oficiais do Governo norte-americano. A decisão de Trump não foi bem vista pela Turquia – para quem os soldados curdos são como terroristas.
O debate interno em torno desta questão já durava há meses. Agora, a administração Trump decidiu aprovar a proposta que pretende armar as milícias do YPG – uma organização curda na Síria, considerada pelos EUA como o seu aliado militar mais fiável no país. O objectivo é reconquistar a cidade de Raqqa, a capital de facto do Daesh.
Mas as autoridades da Turquia, país pertencente à NATO, não estão de acordo com a decisão do Pentágono. Para o país, as milícias curdas do YPG são encaradas como uma organização terrorista, ligada ao braço sírio do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Na segunda-feira, houve um encontro entre alguns oficiais turcos e norte-americanos para debaterem os planos dos EUA em solo sírio. Apesar da forte oposição por parte da Turquia, os Estados Unidos anunciaram que vão seguir em frente com o programa de armamento.
“Estamos perfeitamente cientes das preocupações de segurança dos nossos parceiros turcos”, afirmou a porta-voz do Pentágono, Dana White, em comunicado citado pelo Wall Street Journal. “Queremos garantir ao povo e ao Governo turco de que os Estados Unidos estão empenhados na prevenção de quaisquer problemas de segurança e na protecção do nosso aliado da NATO”, acrescentou.
Para a Casa Branca, os curdos precisam de mísseis antitanques, armas de destruição maciça, morteiros e veículos blindados para conseguir enfrentar com êxito os soldados do Daesh em Raqqa.
No comunicado escrito por Dana White, é referido que o armamento das Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês) era “necessário para garantir uma clara vitória sobre o Daesh em Raqqa, na Síria”. A porta-voz adiantou ainda que “as SDF, em parceria com o apoio dos EUA e das forças da coligação, são a única força no terreno que podem apoderar-se com êxito de Raqqa num futuro próximo”.