Há seis escolas que podem mudar quase tudo para combater o insucesso
Projecto iniciou-se no início deste ano e prolonga-se por mais dois.
Organizar as turmas de forma diferente, mudar o calendário escolar, substituindo os três períodos por dois semestres, reformulando os modelos de avaliação, alterar a duração das aulas. Estas são algumas das possibilidades que um pequeno grupo de escolas tem agora para eliminar o abandono e o insucesso escolar.
A experiência decorre em seis agrupamentos, que integram os projectos-piloto de Inovação Pedagógica (PPIP), que não têm ainda a ver com o programa de flexibilização curricular que o Ministério da Educação pretende lançar no próximo ano.
Os PPIP foram autorizados por um despacho do secretário de Estado da Educação, João Costa, publicado nesta quarta-feira em Diário da República, mas já começaram a ser implementados este ano lectivo nos seis agrupamentos escolhidos para o efeito: Freixo (Ponte de Lima), Cristelo (Paredes), Marinha Grande Poente (Leiria), Fernando Casimiro Pereira da Silva (Rio Maior), Vila Nova da Barquinha (Santarém) e Boa Água (Sesimbra).
Estes projectos têm uma duração de três anos, no final dos quais, e depois de avaliação, se decidirá sobre a sua extensão a outras escolas. Segundo o ministério, os PPIP “visam actuar de um modo preventivo no percurso escolar dos alunos”, razão pela qual diferem do programa de tutorias, também adoptado pelo Ministério da Educação, e que abrange alunos que já têm duas ou mais retenções no seu percurso escolar.
“A assunção de que o abandono escolar é também consequência do insucesso nas aprendizagens e na retenção escolar, com assinalável impacto financeiro no sistema educativo, justifica e exige, entre outras necessidades de intervenção, um trabalho exaustivo que conduza a acções inovadoras nos domínios pedagógico, curricular organizacional, assente numa lógica interna colaborativa e de articulação com a comunidade”, refere-se no despacho assinado por João Costa.
Em Portugal, 31% dos alunos de 15 anos já chumbaram pelo menos uma vez. A média na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) é de 13%.