Operação Aquiles: Ministério Público acusa 29 arguidos de tráfico de droga e corrupção

Entre os acusados estão dois funcionários da PJ e outro da Guarda Nacional Republicana.

Foto
Há dois funcionários da PJ entre os arguidos. fau fabio augusto

O Ministério Público deduziu acusação contra 29 arguidos, dois deles funcionários da Polícia Judiciária e outro da Guarda Nacional Republicana, no âmbito da Operação Aquiles, pelos crimes de tráfico de estupefacientes, associação criminosa e corrupção activa e passiva.

Um dos funcionários da Polícia Judiciária (PJ) é o coordenador na reforma Carlos Santos Dias, o outro é o inspector-chefe da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE), Ricardo Macedo, enquanto o guarda da GNR é o cabo do destacamento de Torres Vedras José Manuel Baltazar Silva.

De acordo com a acusação, alguns dos arguidos da Operação Aquiles faziam parte de grupos organizados, de âmbito transnacional, que se dedicavam ao narcotráfico e que teriam o apoio daqueles dois funcionários da PJ.

Os dois funcionários da PJ forneciam, de forma ilegítima, informações sobre as investigações em curso relativas a crimes de tráfico de estupefacientes, mediante o pagamento de contrapartidas em dinheiro, indica a acusação.

Um destes funcionários da PJ contaria ainda com o auxílio do cabo da GNR do destacamento de Torres Vedras José Manuel Baltazar Silva.

Durante as investigações foram apreendidos mais de 900 quilogramas de cocaína e 30 quilogramas de haxixe, vários veículos e valores em dinheiro no “montante de várias dezenas de milhar de euros”, refere a acusação.

Nove dos arguidos estão sujeitos a medidas de coação privativas de liberdade. Um encontra-se em prisão preventiva e os restantes oito, entre os quais os dois funcionários da PJ e o cabo da GNR, estão sujeitos à obrigação de permanência na habitação com vigilância electrónica.

Sete dos arguidos agora acusados ainda não foram interrogados, por se encontrarem em fuga, pelo que foram emitidos mandados de detenção de modo a serem ouvidos em interrogatório judicial, para aplicação de medidas de coação.

Neste inquérito, o Ministério Público foi coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ.