Governo: Impaciência dos sindicatos da função pública é “natural”

Sindicatos da CGTP convocam greve para 26 de Maio.

Foto
CGTP volta à greves no final de Maio DR

No dia em que a CGTP marcou uma greve para a função pública, o Governo veio dizer que a impaciência dos sindicatos é “natural” e resulta da “desconfiança” criada pelo governo anterior.

Durante uma audição parlamentar, o PSD confrontou o ministro das Finanças e a secretária de Estado da Administração Pública com as críticas dos sindicatos à saída das reuniões de terça-feira onde se discutiu o programa de regularização de precários do Estado e o descongelamento das progressões na carreira a partir de 2018.

Ana Avoila, dirigente da Frente Comum, classificou a negociação como “uma farsa”. Helena Rodrigues, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), acusou o Governo de “empurrar com a barriga”. E José Abraão, da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), exigiu um protocolo negocial calendarizado.

"É natural [que os sindicatos] sejam impacientes e exigentes mais do que nunca”, disse a secretária da Estado da Administração Pública, Carolina Ferra, acrescentado que isso deve-se à “desconfiança” e à “farsa” com que se depararam os representantes dos trabalhadores nos anos anteriores, durante o executivo do PDS/CDS.

Carolina Ferra referiu que as questões em cima da mesa "são muito complexas" e admitiu que poderá haver atrasos de algumas semanas face aos calendários que estão estabelecidos. Mas fez questão de frisar a importância de as decisões se basearem em estudos e em bases sólidas para serem sustentáveis.

Nesta quarta-feira, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), que faz parte da CGTP, marcou uma greve nacional para 26 de Maio.

Do lado da UGT, o STE não excluiu, na terça-feira, recorrer a esta forma de luta e a Fesap também poderá avançar para a greve, caso não haja um compromisso negocial com o Governo.

Já nesta quarta-feira, a Fesap emitiu um comunicado exortando o Governo a assinar "Um novo compromisso negocial", para evitar que os trabalhadores "se vejam forçados a enveredar por formas de luta mais duras como as que foram aprovadas no congresso da UGT, as quais incluem a realização de uma greve geral da Administração Pública".

Sugerir correcção
Comentar