Cidadãos querem videovigilância na Almirante Reis, em Lisboa, por causa da droga
Moradores estão preocupados com a venda e consumo de droga tanto na Almirante Reis como nas ruas adjacentes.
A Assembleia Municipal de Lisboa vai apreciar na terça-feira uma recomendação das Comissões Permanentes de Cidadania e Segurança que defende que sejam instaladas câmaras de videovigilância na Av. Almirante Reis, na sequência de uma petição apresentada por cidadãos.
A petição, subscrita por 260 signatários e que deu entrada na Assembleia em Outubro, chama a atenção para "o problema da venda de droga todos os dias" realizada numa parte da Av. Almirante Reis e "seu consumo em local público à vista de toda a gente".
"Após várias tentativas e chamadas para a PSP da Rua da Palma, até agora nada surtiu efeito para acabar com esta situação", continua o texto da petição.
"Chamamos a atenção que nesta zona muito movimentada por turistas, crianças, adultos e moradores, estamos cansados de enfrentar esta situação diariamente", acrescentam os cidadãos.
Depois de terem analisado a petição, as Comissões Permanentes de Direitos Sociais e Cidadania, e Mobilidade e Segurança recomendam à Câmara de Municipal de Lisboa que "sejam instaladas, a curto prazo, câmaras de videovigilância no eixo Av. Almirante Reis e ruas adjacentes".
Os deputados advogam também que "seja criada uma equipa de coordenação entre todos os parceiros locais, que envolva a Câmara Municipal de Lisboa, Junta de Freguesia de Arroios, Polícia Municipal, Polícia de Segurança Pública, Ministério da Saúde e outros".
A recomendação pede ainda ao município que "exerça o seu magistério de influência junto da PSP para que seja reforçado o policiamento nas zonas situadas entre a Av. Almirante Reis, Largo do Intendente e Rua dos Anjos".
Na opinião dos deputados, esta situação "carece agora de uma intervenção coordenada e integrada".
No relatório elaborado pelas duas comissões, alguns deputados aproveitaram para manifestar reservas relativamente à colocação das câmaras de videovigilância, tendo mesmo o deputado do PAN votado contra o documento por se "desconhecer se os benefícios da introdução das câmaras no panorama da criminalidade da cidade equilibram de alguma forma os malefícios decorrentes das questões relacionadas com a privacidade".
Também na terça-feira, os deputados irão apreciar uma recomendação das Comissões Permanentes de Urbanismo e Cultura, referente a uma petição contra a demolição de um prédio dos anos 70 no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, no Chiado, onde vai nascer um hotel de cinco estrelas com estética pombalina.
A petição, que deu entrada na Assembleia Municipal a 15 de Fevereiro, recolheu 1235 assinaturas.
A recomendação que os deputados irão apreciar pede à Câmara de Lisboa que "mantenha a fachada do edifício sito no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, n.º 20-20B, assim como os seus painéis azulejares integrantes, atendendo à sua qualidade arquitectónica e decorativa, dado tratar-se de um edifício que é um exemplar representativo da década de 70 do século XX".
O documento recomenda também que o município "tenha atenção especial na protecção e conservação da arquitectura representativa dos anos 70 ainda existente na cidade, introduzindo estes edifícios na Carta Municipal do Património Edificado e Paisagístico do Plano Diretor Municipal de Lisboa".
Os deputados querem ainda que a Câmara "elabore um levantamento e respectiva classificação patrimonial dos edifícios existentes deste período, quando se justifique, com vista à criação de roteiros que permitam conhecer a arquitectura moderna e pós-moderna na cidade".