Ílhavo desafia cidadãos a “olhar por dentro” o património arquitectónico

Os palheiros da Costa Nova e o bairro da fábrica da Vista Alegre são apenas alguns dos pontos de passagem das visitas guiadas que estão a decorrer uma vez por mês.

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Carla Carvalho Tomás

A proposta passa por promover visitas “orientadas e atentas” ao património arquitectónico do município de Ílhavo. Uma vez por mês, um guia convidado sai para a rua, acompanhado de um grupo de cidadãos, para partir à (re)descoberta dos lugares e edifícios do concelho com maior relevância arquitectónica. Esta actividade, designada de “Olhar por dentro”, é promovida pelo projecto 23 Milhas (designação do conjunto dos quatro equipamentos culturais ilhavenses) e centra atenções em roteiros muito variados. Este sábado, por exemplo, “olha-se” para as Casas da Estrada Nacional 109 – onde se incluem alguns exemplares de Arte Nova -, tendo como guia o geógrafo Álvaro Domingues.

“Neste troço da 109, temos uma riqueza muito grande de casas, algumas mais emblemáticas, outras em ruína, e vale a pena visitá-las”, destaca Matilde Seabra, da Talkie-Walkie, empresa responsável pela idealização e concretização destes roteiros mensais. O deste sábado já se encontra esgotado, mas há propostas para os próximos nove meses do ano.

Em Abril, o “Olhar por dentro” será dedicada às obras dos irmãos José e Nuno Mateus (gabinete de arquitectura ARX Portugal) no município: Museu Marítimo, Biblioteca Municipal, Aquário dos Bacalhaus e Cais Criativo. “E esta será uma visita orientada pelo próprio arquitecto Nuno Mateus”, destaca Matilde Seabra.

Depois, será a vez de “olhar por dentro a arquitectura da paisagem”, revela a responsável pela empresa portuense, através de “uma subida ao Farol da Barra, que contará com a participação de uma investigadora da paisagem”. Calendarizado está, também, o roteiro “Verão às riscas”, que consistirá numa visita aos famosos palheiros da praia da Costa Nova. “Caberá ao arquitecto Domingos Tavares levar os participantes a olhar por dentro para estas habitações que começaram por ser palheiros de pescadores e viraram casas de veraneio”, adianta ainda Matilde Seabra.

De rol de visitas já programadas consta também um roteiro pelo bairro da fábrica da Vista Alegre, na certeza de que, tal como acontece com o passeio pela EN 109 e nos palheiros da Costa Nova, o périplo contempla a “entrada e descoberta do interior de algumas habitações”. “Conseguimos autorização e abertura de vários proprietários para entrarmos nas suas propriedades, o que permite um olhar ainda mais detalhado e pormenorizado sobre o património arquitectónico do município”, realça a responsável pela empresa Talkie-Walkie.

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