Dijsselbloem deve dizer adeus ao Eurogrupo
Maus resultados nas eleições deixam lugar do ministro das Finanças holandês em aberto.
O mais provável é que Jeroen Dijsselbloem tenha de deixar a presidência do Eurogrupo, devido ao mau resultado eleitoral do Partido Trabalhista nas eleições holandesas (5,6%) - perdeu mais de três quartos dos deputados. Na Grécia, a derrota do líder trabalhista que teve trocas azedas com o ex-ministro Yanis Yaroufakis foi saudada com um certo travo de vingança.
O ainda ministro das Finanças de Haia não deve sequer entrar no próximo governo de coligação – e as regras actuais nos países da moeda única estipulam que a presidência do Eurogrupo tem de ser desempenhada por um ministro com esta pasta. Mas as negociações para a formação de novo governo devem demorar e, entretanto, Dijsselbloem continuará em funções.
Alguns países têm-se mostrado dispostos a mudar as regras e transformar a posição de presidente do Eurogrupo num emprego a tempo inteiro – tal como o do presidente do Banco Central Europeu, desempenhada pelo independente Mario Draghi.
O ministro espanhol Luis De Guindos ambiciona a presidência do Eurogrupo, tal como o eslovaco Peter Kazimir. Mas com a eleição de Donald Tusk para a presidência do Conselho Europeu e Antonio Tajani para a do Parlamento Europeu, está desfeito o equilíbrio entre o Partido Popular Europeu e os Socialistas. Dita a lógica que a função deveria ir para alguém de esquerda, e aí o favorito seria Kazimir – ou Dijsselbloem, se as regras mudassem.