As 73 fotografias inéditas de Hitler e do seu círculo que saíram do quarto de Eva Braun

Álbum terá sido retirado do quarto que a mulher do ditador tinha no bunker de Berlim por um fotógrafo britânico. As fotografias vão ser leiloadas em Inglaterra este mês.

Hitler no seu retiro de Berghof, a fazer lembrar a caricatura que dele fez Chaplin
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Hitler no seu retiro de Berghof, a fazer lembrar a caricatura que dele fez Chaplin C & T Auctions/BNPS
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Hitler conversando com apoiantes depois de um comício C & T Auctions/BNPS
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Hitler numa varanda de Berghof, o seu retiro nas montanhas, já durante a guerra C & T Auctions/BNPS
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O gabinete do líder nazi na chancelaria do Reich, em Berlim C & T Auctions/BNPS
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Ao chalé alpino do führer só acediam os colaboradores mais próximos C & T Auctions/BNPS
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Hermann Goering, comandante-chefe da força aérea alemã, a entrar para o seu carro C & T Auctions/BNPS
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Heinrich Himmler um dos homens mais poderosos e sinistros do Reich C & T Auctions/BNPS
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O líder nazi rodeado de crianças junto ao portão do seu chalé nos Alpes C & T Auctions/BNPS
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Joseph Goebbels, o ministro da propaganda do Terceiro Reich, sorri depois de falar a uma multidão de apoiantes C & T Auctions/BNPS

Numa das fotografias mais curiosas deste álbum Adolf Hitler passeia descontraidamente em Berghof, o seu retiro nos Alpes bávaros, hoje destruído. Sorri e acena de tal forma que parece mais próximo da caricatura que dele faz Charlie Chaplin em O Grande Ditador do que do genocida que realmente foi. Quem está por trás da câmara não sabemos, mas é possível que seja um guarda-costas ou a própria Eva Braun, a mulher que esteve anos a seu lado e com quem acabou por casar pouco antes de ambos se suicidarem no bunker de Berlim, quando a Segunda Guerra Mundial se aproximava do fim.

Com uma diferença de 23 anos, Hitler e Braun conheceram-se quando ela tinha apenas 17 e trabalhava como assistente e modelo de um dos fotógrafos oficiais dos nazis, escreve o diário espanhol ABC. A 30 de Abril de 1945, o ditador poria fim à vida com um tiro na cabeça e a sua mulher acabaria por engolir uma cápsula de cianeto.

Quando, semanas depois, o fotógrafo de guerra britânico Edward Dean entrou no bunker da capital alemã com o Exército russo, com o famoso jornalista Richard Dimbleby, que viria a ser o primeiro correspondente de guerra da BBC, o quarto de Eva Braun foi invadido e um soldado abriu à força o seu armário, onde encontraram roupa interior, um frasco de perfume e um pequeno álbum de fotografia com uma capa de cartão em tons de cinzento e laranja marcada por uma suástica. Lá dentro estavam as 73 fotografias que a casa C&T, de Kent, vai leiloar a 15 de Março, com uma base de licitação de 18500 libras (cerca de 21 mil euros).

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O álbum que estava dentro do armário de Eva Braun C & T Auctions/BNPS

O curioso neste conjunto de imagens até aqui inéditas – Dean guardou-o durante muito tempo até o vender, nos anos 1980, a um coleccionador privado, que por sua vez o passou a outro, sem que nunca se tornasse público – é que mostra o führer e os seus colaboradores mais próximos, como Joseph Goebbels, o ministro da propaganda do Terceiro Reich; Hermann Goering, comandante-chefe da destruidora força aérea alemã; e Heinrich Himmler, um dos homens a quem Hitler confiou o plano que levaria ao extermínio de milhões de pessoas durante a Segunda Guerra Mundial, em momentos de descontracção, em passeios ou rodeados de crianças e apoiantes.

Numa delas, o próprio ditador lê num dos terraços de Berghof; noutras Goebbels e Himmler surgem a sorrir. O chalé alpino que Hitler passou a usar com maior intensidade em meados da década de 1930 e que chegava a ser um verdadeiro quartel-general é um dos protagonistas deste álbum que mostra ainda outros locais a que só os mais próximos da cúpula do regime tinham acesso, como o gabinete do líder nazi na chancelaria do Reich, em Berlim.

“Podemos dizer com 100% de certeza que este álbum foi recuperado do bunker de Hitler em 1945”, disse ao jornal britânico The Telegraph o leiloeiro, Tim Harper, que acredita que, pelo menos na fase final da guerra, pertenceria à “primeira-dama” do regime nazi. “As fotografias de Hitler eram cuidadosamente controladas para garantir que se enquadravam na imagem que dele queriam projectar os nazis. É por isso que é raro dar com fotografias descontraídas que não teriam passado no crivo da censura, sobretudo no auge da Segunda Guerra Mundial.”

Setenta e dois anos depois, garante quem já esteve com o álbum na mão, ele ainda conserva o aroma do perfume de Eva Braun.

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