Caso Núncio no CDS: erros e "palmadinhas nas costas"

Centristas têm procurado desvalorizar a polémica, mas há quem critique a actuação do partido.

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Caso Paulo Núncio agita CDS Nuno Ferreira Santos

As dúvidas em torno de transferências de dinheiro para offshores no tempo em que o centrista Paulo Núncio tinha a pasta dos Assuntos Fiscais tem agitado o CDS nos últimos dias. Há quem defenda que o partido devia ter sido pronto e eficaz a esclarecer a polémica, mas é reconhecido que o antigo secretário de Estado também cometeu um erro ao não esclarecer logo todo o caso.

Com o fantasma dos submarinos na cabeça, os democratas-cristãos têm procurado desvalorizar a polémica em torno de Paulo Núncio que era membro da comissão política de Assunção Cristas e foi do núcleo duro de Paulo Portas. Aliás, foi o único vice-presidente da liderança de José Ribeiro e Castro que Paulo Portas recuperou para a sua comissão política e depois puxou para o Governo em 2011. Logo no debate quinzenal da semana passada, a líder do CDS mostrou disponibilidade perante o primeiro-ministro para que tudo fosse esclarecido, tentando esvaziar o caso. Com essa mesma intenção, dias depois, Paulo Núncio assumiu toda a responsabilidade para si próprio e num gesto simbólico anunciou a saída da comissão política do CDS. Mas nos esclarecimentos que prestou tinha sido contrariado por um antigo dirigente da Autoridade Tributária. E é aí que, mesmo os mais próximos, lhe apontam um erro: o de não ter esclarecido todo o caso. Depois da audição parlamentar de Núncio, os democratas-cristãos mostraram mais alívio por concluírem que passaram duas ideias-chave: a de que as transferências para offshores não foram ilegais e a de que se há impostos por cobrar ainda podem ser liquidados.

Assunção Cristas optou só por falar no domingo para dizer que o país deve muito a Paulo Núncio pelo seu combate à fraude fiscal. Para a oposição interna, a actuação do partido em todo o caso soube a pouco. “O CDS mas também o PSD deviam ter uma posição mais clara e não de dar apenas palmadinhas nas costas. A esquerda está com grande eficácia a usar uma campanha de desinformação e a direita deixou que a Caixa Geral de Depósitos saísse da agenda mediática”, afirmou o ex-deputado Raul Almeida, que integra a lista alternativa do Conselho Nacional à da direcção de Cristas. O antigo deputado saúda a disponibilidade de Paulo Núncio para esclarecer o caso, uma atitude que é, aliás, elogiada no partido.

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