Nem Polanski nem ninguém: cerimónia dos Césares não vai ter presidente
Academia do cinema francês decidiu não substituir o realizador polaco na cerimónia que tem como favoritos os filmes Elle, de Paul Verhoeven, e Frantz, de François Ozon.
Na sequência da polémica provocada pela escolha de Roman Polanski para presidir à próxima cerimónia dos prémios do cinema francês e da posterior renúncia do realizador polaco, a 42.ª edição dos Césares, a realizar em Paris a 24 de Fevereiro, não vai ter presidente.
A revelação foi feita este sábado pelo presidente da Academia francesa, Alain Terzian, no decorrer do almoço em que foram anunciados os nomeados. “Não haverá nenhum presidente”, disse Terzian, acrescentando que o conselho de administração da Academia dos Césares decidiu não propor mais ninguém. “Vamos assim assumir o tumulto que toda a gente conhece."
Alain Terzian referia-se à controvérsia motivada pelo protesto que organizações femininas, como o colectivo Ousem o Feminismo, e também a ministra dos Direitos das Mulheres, Laurence Rossignol, lançaram quando do anúncio do nome do realizador de Faca na Água e O Pianista.
Roman Polanski continua a ser perseguido pela justiça norte-americana, acusado de violação de uma adolescente de 13 anos, na Califórnia, em 1977.
No decorrer do almoço citado, ficou também a saber-se que Ela, o filme de Paul Verhoeven protagonizado por Isabelle Hupert, e Frantz, um filme a preto-e-branco de François Ozon, partem como favoritos para a cerimónia da Sala Pleyel, com 11 nomeações cada. Seguem-se a comédia Ma Loute, de Bruno Dumont, com nove nomeações, seguido de Um Instante de Amor, de Nicole Garcia (oito); Divines, de Houda Benyamina (sete); e Tão Só o Fim do Mundo, de Xavier Dolan (seis).
Foi também entretanto revelado o cartaz da festa dos Césares, que tem como figura principal a actriz Marion Cotillard (vencedora de um Óscar pela sua interpretação da figura de Edith Piaf, em La Vie en Rose, e também de dois Césares), e ainda que o prémio de carreira vai, este ano, para George Clooney, “o actor mais carismático da sua geração”, que “encarna o glamour de Hollywood característico das grandes estrelas do cinema”, diz a Academia francesa.