Fundação Champalimaud disposta a receber cientistas barrados por Trump
Investigadores muito preocupados com políticas anti-imigração dos EUA.
A Fundação Champalimaud emitiu nesta segunda-feira uma nota na sua página oficial em língua inglesa em que se manifesta aberta a receber em Portugal membros da comunidade cientifica a trabalhar nos Estados Unidos e que sejam impedidos de entrar naquele país.
Os cientistas manifestam-se “profundamente preocupados” com as recentes notícias que dão conta de cientistas “presos” no estrangeiro devido às restrições à entrada nos Estados Unidos a cidadãos do Irão, Iraque, Somália, Iémen, Síria, Líbia e Sudão.
"Encorajamos os cientistas afectados por esta ordem que possam estar bloqueados na Europa a contactarem-nos. Iremos fazer todos os possíveis para satisfazer as vossas necessidades no Champalimaud Centre for the Unknown em Lisboa, Portugal”, diz a nota.
No comunicado, a Fundação Champalimaud apresenta-se como uma “comunidade internacional de investigadores” que quer ajudar cientistas a atingirem o “seu potencial máximo” e a cooperarem entre eles na divulgação do conhecimento entre e para lá da comunidade cientifica.
Na sexta-feira, o Presidente norte-americano assinou uma ordem executiva que proíbe a entrada a todos os refugiados durante 120 dias, assim como a todos os cidadãos de sete países de maioria muçulmana já durante 90 dias.
Os cidadãos daqueles sete países que possuem uma autorização de residência permanente (green card) nos EUA "não são afectados", esclareceu no domingo ao canal NBC o chefe de gabinete da Casa Branca, Reince Priebus.
Várias pessoas forem retidas em diversos aeroportos dos Estados Unidos devido a esta medida, contestada em diversas manifestações no país.
A Fundação Champalimaud, presidida por Leonor Beleza, desenvolve a sua actividade nas áreas das neurociências e do cancro, através de programas de investigação e da prestação de serviços clínicos de excelência, levando também a cabo, fora de portas, um programa de luta contra a cegueira. Foi fundada em 2005.