Se é um pessimista a sério, eis o "guia" para 2017

A Bloomberg fez já o seu habitual "Guia Pessimista" para 2017. E aqui há de tudo, desde uma crise nuclear ao caos na Europa.

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Reuters/CARLO ALLEGRI

Como já vem sendo habitual a Bloomberg divulgou o seu “Guia Pessimista” para o ano que aí vem. Nesta lista não se fazem previsões mas apontam-se os piores cenários possíveis para 2017.

Muitos dos cenários podem ser considerados verdadeiramente absurdos. No entanto, no guia para 2016, fizeram parte duas hipóteses que muitos consideravam, igualmente, absurdas. Mas que acabaram por se concretizar: a saída do Reino Unido da União Europeia e a eleição de Donald Trump como Presidente dos EUA.

Agora, e para nos prepararmos para 2017, ficam os piores cenários possíveis para a Bloomberg no próximo ano.

“Trumplandia”

Na presidência de Trump são muitos os cenários possíveis. Mas a Bloomberg imagina um enorme aumento de popularidade de Trump nas primeiras semanas de presidência com a aprovação de um gigantesco estímulo fiscal.

No entanto, coloca-se a possibilidade de novas ondas de protesto desde a tomada de posse pelo facto de Donald Trump ter iniciado uma política de reversão da política seguida por Barack Obama. Desses protestos nascem movimentos que congregam estudantes ou os apoiantes do Black Lives Matter e o republicano impõe medidas restritivas de emergência como o recolher obrigatório nas principais cidades norte-americanas.

No meio disto tudo, imagina a Bloomberg, acontece o “Calexit”. O estado da Califórnia propõe a separação dos EUA por causa de Donald Trump e os multimilionários Elon Musk e Sheryl Sandberg preparam uma aliança para combater Trump nas eleições de 2020.

Passadeira estendida à Rússia

Com Trump de um lado e Putin do outro, Merkel está no meio de uma dúvida: ou organizar uma força militar europeia contra o Kremlin ou aliar-se ao Presidente americano para chegar a acordo com a Rússia sobre as zonas de influência a Oriente.

Putin, entretanto, concorda em recuar nas suas pretensões e deixa de tentar influenciar os assuntos internos dos EUA e dos países europeus. Em resposta, a Alemanha e os EUA reconhecem a soberania russa na Ucrânia, Bielorrússia e na Síria. Restaurada grande parte do orgulho perdido com a queda da União Soviética, Putin diz que se retira da vida política depois do fim do mandato.

Guerra económica entre China e EUA

Tudo começa no Twitter de Donald Trump, onde, no próprio dia da tomada de posse, o novo Presidente americano classifica a China de “manipuladora de moeda” e que prevê enormes taxas para os produtos chineses que chegam ao país.

Como resposta, a China desvaloriza o yuan, cancela encomendas para jactos Boeing e bloqueia a venda de iPhones.

Com as dívidas a acumularem, e uma disputa política em curso no Partido Comunista, a China entra na crise mais profunda da era moderna.

Crise nuclear

Uma possibilidade muitas vezes falada sempre que se falava na chegada de Donald Trump à Casa Branca. Ora, a Bloomberg imagina o cenário da saída dos EUA da NATO e das Nações Unidas, para explicar como, aproveitando o isolacionismo americano, o Estado Islâmico se vira para o tráfico de drogas no Afeganistão e começa o processo de radicalização na Ásia Central. Perante este cenário, a Arábia Saudita e o Japão desenvolvem o seu poderio nuclear enquanto a Coreia do Norte mostra o seu potencial de ataque nuclear aos EUA.

Perante tudo isto, Trump pede ajuda à… China.

Populismos a espalharem-se pela Europa

Depois da vitória de Trump, e com início na Holanda, os europeus escolhem líderes populistas e que defendem o encerramento e maior controlo das fronteiras.

Nesta vaga, Marine Le Pen vence as eleições presidenciais francesas e marca um referendo sobre a permanência na União Europeia.

O Movimento 5 Estrelas de Beppe Grillo, em Itália, vence as eleições e faz um referendo para decidir o regresso da moeda italiana: a lira.

Mas não se fica por aqui. Merkel e Theresa May perdem o poder, a extrema-direita ganha na República Checa ameaçando a sua posição na NATO obrigando à dissolução do Espaço Schengen e a crise rebenta outra vez na Grécia. Mas desta vez sem ajuda financeira.

Cuba volta para a União Soviética

Depois de Trump rever a aproximação levada a cabo por Obama entre Cuba e EUA, a pequena ilha vira-se para a China e Rússia. Raúl Castro permite a abertura de centros militares russos em Havana, trazendo  à memória a Guerra Fria e a crise dos mísseis de 1962.

México mergulha na crise

Com a política fiscal às exportações e trabalhadores mexicanos de Trump, o México entra numa recessão que, aliada, às deportações em massa ordenadas pela administração republicana faz com que milhares de desempregados que chegam ao México enveredem pelo tráfico de droga.

Se acontecer como em 2016, um ou dois dos cenários absurdos traçados pela Bloomberg podem mesmo tornar-se realidade.

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