Os rumores, propagados pelo próprio, não são novos, mas cada vez menos parecem rumores, ou ameaças, no caso de o leitor ser um grande fã do realizador. Quando da promoção de Django Libertado, em 2012, Quentin Tarantino avisara em entrevista que planeava retirar-se após completar dez longas-metragens. No final do ano passado, voltou a afirmar essa vontade. Esta quinta-feira, reafirmou-a. À Tarantino. Perante a audiência que o ouvia na conferência Adobe Max em San Diego, disse novamente que encerraria a carreira de realizador ao décimo filme e depois exclamou: “Drop the mic. Boom. E dizer a toda a gente, 'igualem esta merda'”.

Dado que Tarantino considera os dois Kill Bill como um único filme, sobram-lhe dois para completar uma filmografia iniciada em 1992 com Cães Danados e que teve como último obra Os Oito Odiados, estreado em Janeiro deste ano. O seu próximo projecto, que abordou em conversa com o site So, Is it Any Good? quando da promoção a Os Oito Odiados, deverá ser uma variação de Bonnie & Clyde passada na Austrália dos anos 1930. E não está posta de parte uma terceira parte da saga Kill Bill.

Terminado o seu percurso enquanto realizador e quando, como tem afirmado, já estiver a dedicar-se aos romances e à dramaturgia, como deseja que o seu percurso seja recordado? Tem dois Óscares em casa, um pelo argumento de Inglorious Basterds, outro por Django Libertado, mas isso são pormenores. Na conferência organizada pelo multinacional de software, relatada pelo Hollywood Reporter, Tarantino, 53 anos, foi muito específico na resposta. “Se tudo correr bem, a forma como definirei sucesso quando terminar a minha carreira será ser considerado um dos maiores realizadores de sempre. E, indo mais longe, um grande artista, não apenas um cineasta”.

Já temos oito títulos de peso. Cães Danados, Pulp Fiction, Jackie Brown, Kill Bill (volumes 1 e 2), À Prova de Morte, Inglorious Basterds, Django Libertado e Os Oito Odiados. Daqui a dois filmes, faremos as contas finais.