BE e PCP não valorizam as divergências, mas que as há, há

Os partidos da geringonça não pensam todos da mesma forma em relação a vários assuntos, mas estão unidos no compromisso de não empobrecer mais o país.

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Divergêcias existem, mas não menorizadas LM MIGUEL MANSO

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, reconheceu hoje a existência de divergências com o PS e o PCP, mas frisou que os três partidos têm um “compromisso comum” para parar o empobrecimento do país.

“As divergências são muitas entre o BE e o PS. Não serão tantas, [mas] também são reais e existem com o PCP, mas há um compromisso comum que é extraordinariamente importante, que é parar o empobrecimento a que o país esteve sujeito nos últimos anos”, afirmou.

A líder bloquista discursava numa sessão pública do seu partido, no Cineteatro de Borba, no distrito de Évora, depois de reunir com o presidente do município, António Anselmo, eleito por um movimento independente, e visitar pedreiras de mármore.

No início da sua intervenção, Catarina Martins referiu que não ia abordar questões relacionadas com a proposta de Orçamento do Estado para 2017, por, à mesma hora, estar a decorrer a conferência de imprensa de apresentação do documento.

“O país não pode mais empobrecer”, insistiu, frisando que o “caminho conjunto” de BE, PS e PCP “passa por recuperar os rendimentos do trabalho, pensões e salários, não haver privatizações e proteger os serviços públicos e o Estado social”.

Catarina Martins assinalou que as diferenças entre os três partidos têm sido públicas e que nunca as esconderam, considerando que “um país que é uma democracia é um país que não precisa de jogos de fingimento”.

O país, disse, “precisa que se saibam quais são as propostas concretas que estão em cima da mesa e quais são as escolhas que se fazem face a essas propostas e, depois, as pessoas escolhem e com a força que cada projeto assim negocia e tenta fazer o melhor possível”.

“O BE teve 10 por cento [nas eleições legislativas de 2015], mas não abdica de fazer o melhor que pode com a força que tem e temos a certeza que, quanto mais crescerem as forças contra a austeridade no nosso país, mais seremos capazes de fazer em conjunto”, vincou.

Sobre as visitas que fez a pedreiras de mármore, a coordenadora do BE considerou que “Portugal terá de ter a capacidade estratégica para inovar mesmo nas indústrias tradicionais” e propôs que a ciência “arranje maneira” de comercializar os materiais que estão depositados nas escombreiras.