Fotógrafa acusa Trump de assédio sexual nos anos 90
Kristin Anderson, agora com 46 anos, que recorda uma noite numa discoteca de Manhattan. Porta-voz do candidato refuta a acusação.
O mês horribilis do candidato republicano à Casa Branca parece não ter fim à vista. O Washington Post volta a acrescentar mais um capítulo, trazendo a público Kristin Anderson, agora com 46 anos, que recorda uma noite numa discoteca de Manhattan durante os anos 90. Aí, sentada num sofá vermelho, sentiu repentinamente uns dedos a entrarem na sua mini-saia tocando-lhe na vagina através das cuecas.
Diz Anderson que afastou a mão sem perceber quem era o autor do assédio. Quando se virou e viu a cara do homem, reconheceu-o no mesmo instante: “Ele tinha um aspecto tão distintivo – com o cabelo e as sobrancelhas. Ninguém tem aquelas sobrancelhas”. Era Donald Trump. O porta-voz do candidato do Partido Republicano à Presidência dos EUA já reagiu à notícia, afirmando que são alegações “totalmente ridículas” de alguém que procura “alguma publicidade gratuita”.
Na altura, tanto Anderson como as amigas que a acompanhavam decidiram esquecer o episódio até porque a “grosseria” de Trump era bem conhecida, diz ao Washington Post. Durante anos, a fotógrafa, que vive na Califórnia, contou a história a algumas amigas próximas, mas agora decidiu recorrer à imprensa até porque “todas as mulheres deviam falar, se forem tratadas de forma inadequada”.
O mês difícil de Trump começou com a divulgação de um vídeo pelo Washington Post, datado de 2005, no qual Donald Trump se vangloria, em termos menos próprios, das suas conquistas femininas e pela forma como tenta beijar as mulheres sem necessitar de pedir permissão. Dois dias depois, durante o segundo debate com a candidata democrata Hillary Clinton, Trump garantiu que nunca passou das palavras à acção. Ou seja, o que apareceu no vídeo foi apenas “conversa de balneário”.
Mas o New York Times publicou, na última quarta-feira, o relato de várias mulheres que davam conta dos abusos sexuais que tinha sofrido às mãos de Donald Trump. O republicano diz que tudo se explica pelos “ataques orquestrados” lançados pelos “aliados nos media” da campanha de Clinton.