Direcção da Académica autorizada a contrair empréstimo de um milhão de euros

Emblema de Coimbra atravessa uma situação financeira complicada.

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A Académica desceu de divisão no final da época passada Francisco Leong/AFP

Os sócios da Académica autorizaram nesta sexta-feira a direcção do clube a contrair um empréstimo de um milhão de euros para capitalizar a Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ), que se encontra em falência técnica.

A proposta da direcção liderada por Paulo Almeida, que em Junho sucedeu a José Eduardo Simões, foi aprovada com 78 votos a favor, 32 abstenções e cinco votos contra, na assembleia-geral realizada nesta sexta-feira à noite.

O dinheiro destina-se a "pagar um empréstimo anterior de 260 mil euros, impostos e a capitalizar a SDUQ, que está em falência técnica e apresenta uma autonomia financeira 78% negativa", explicou o dirigente.

A proposta aprovada pelos sócios prevê a contratação de um crédito de um milhão de euros a pagar em 12 anos, mediante a passagem da propriedade da Academia Briosa XXI para a entidade bancária e o pagamento de uma renda mensal de 8.000 euros.

"Era mais oneroso recorrer a outras formas de crédito face à falência técnica da SDUQ", salientou o presidente academista depois de confrontado pelos sócios, referindo que o clube "não tem outras formas de financiamento".

Na assembleia-geral, Paulo Almeida revelou que o clube apresenta um passivo de 10 milhões de euros, metade do qual resultante da gestão dos últimos três anos.

O líder da "briosa" explicou ainda que a actual direcção conseguiu reduzir os encargos financeiros do plantel de 2,038 para 1,570 milhões de euros, através de rescisões e negociações.

"Os contratos com os oito jogadores mais caros do plantel, que foram inseridos no despedimento colectivo, apresentavam encargos de 1,6 milhões de euros e com as negociações conseguimos reduzir o valor para 440 mil euros", sublinhou o presidente da Académica, frisando que apenas um atleta (Ivanildo) não aceitou negociar e foi despedido.

O advogado Paulo Almeida revelou ainda que a actual direcção se viu confrontada no início do mandato com a necessidade de liquidar 845 mil euros de despesas, entre elas os salários dos jogadores, para poder inscrever a equipa na II Liga de futebol profissional.