Primeiro dia de greve dos enfermeiros em Guimarães com 80% de adesão
Paralisação continua nesta quarta-feira. Sindicato diz que enfermeiros têm mais de 18 mil horas "em dívida"
O primeiro de quatro dias de greve dos enfermeiros do Hospital de Guimarães, que protestam contra as 18.500 horas "em dívida" e que exigem a contratação de mais profissionais, teve uma adesão de 80%, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Em comunicado enviado nesta quarta-feira à agência Lusa, o SEP explica que o turno da noite foi o que teve maior adesão (90%), tendo o da manhã registado uma adesão de 66% e o da tarde de 84%.
No início da jornada de luta, na segunda-feira, a dirigente do SEP Guadalupe Simões explicou, se houvesse mais profissionais de enfermagem naquela unidade hospitalar, os enfermeiros não estariam a ser "explorados" como, afirma, estão a ser actualmente, tendo mais de 18 mil horas "em dívida". "Isto significa menos 132 enfermeiros que deviam estar aqui a trabalhar e não estão, razão pela qual estes [enfermeiros] estão sobrecarregados", concretizou.
Guadalupe Simões apontou como razões pelo protesto, além daquelas horas em dívida, "a questão da semana de 35 horas de trabalho não se aplicar a todos os enfermeiros, nomeadamente aos com contrato individual de trabalho", questão que, disse, "foi colocada ao conselho de administração, que não deu resposta".
A sindicalista protestou ainda contra o congelamento da progressão de carreiras no Serviço Nacional de Saúde (SNS): "Há uma saída de profissionais do SNS para o [sector] privado e para fora, porque desde 2005 não há progressão de carreiras e essa é outra das nossas exigências", disse.
"Não é possível manter enfermeiros peritos no SNS se esses peritos não forem valorizados e uma dessas formas é através da progressão de carreira", sustentou.
A greve continua esta quarta-feira, com incidência no bloco operatório, cirurgia de ambulatório e consultas externas.