A administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) exige um pedido por escrito ao Governo para aceitar manter-se em funções até 15 de Agosto, revela a edição desta terça-feira do Jornal de Negócios.

"O ministro das Finanças [Mário Centeno] reuniu-se na passada quinta-feira com a actual administração da Caixa Geral de Depósitos para pedir aos administradores que aceitem manter-se em funções até 15 de Agosto", escreve o diário, lembrando que a equipa de gestão liderada por José de Matos "mostrou disponibilidade" para analisar o pedido do responsável pelas finanças.

O Negócio confirmou junto de diversas fontes que a actual equipa de gestão da CGD pôs uma condição para aceitar manter-se em funções até meados de agosto que passa pelo ministro Mário Centeno fazer "um pedido formal por escrito" em que explica as razões que devem levar os gestores "a permanecer nos cargos, apesar de, legalmente, só estarem obrigados a ficar na Caixa até 31 de Julho".
Em causa está o risco de haver um vazio de poder na gestão da CGD, em resultado do atraso no processo de aprovação da futura equipa de gestão da instituição financeira, liderada por António Domingues.

Eduardo Paz Ferreira, administrador não-executivo da CGD confirmou a abertura do Conselho de Administração para "retirar o pedido de demissão por um mês".

"Algo que podemos, legalmente, fazer, caso tal seja formalmente solicitado pelo senhor ministro das Finanças com razões que nos levem a aceitar", disse, aguardando-se posterior decisão da gestão.

A actual administração renunciou a 21 de Junho, decisão que implicaria a sua saída a 31 de Julho.

A nomeação da nova administração da CGD liderada por António Domingues aguarda aprovação final do Banco Central Europeu, processo que deverá estar concluído na primeira quinzena de Agosto.