Os seis trabalhos de Theresa May

Divórcio Reino Unido/Bruxelas, unidade dos tories e do país, estabilidade da economia. A lista de desafios da nova primeira-ministra.

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Os pertences de Theresa May já estão a chegar a Downing Street Daniel Leal Olivas/AFP

1. Formar governo

É o primeiro trabalho da nova primeira-ministra, que deve criar um executivo para gerir o processo de saída da União Europeia, o "Brexit". As mulheres deverão ter uma representação forte na equipa, que também tem de incluir os partidários do divórcio com Bruxelas – como o director de campanha de May, Chris Grayling – e ministros experientes – como o chefe da diplomacia do Governo que cessou funções, Philip Hammond.

2. Pedir o divórcio

Theresa May defendeu a permanência do Reino Unido na UE durante a campanha do referendo, mas assegurou que "Brexit" é "Brexit", e que espera conduzir o processo de saída "com sucesso". Disse que não accionará o artigo 50 do Tratado de Lisboa antes do final do ano, mas está sob pressão dos dirigentes europeus – e dos partidários da saída –, que querem que o pedido seja feito o quanto antes.

3. Negociar o melhor acordo

A sua principal dificuldade na negociação do "melhor acordo" (que garantiu ir obter): se quer garantir o acesso ao mercado único da livre circulação de bens, terá de aceitar a livre circulação de pessoas, avisou Bruxelas. Ora, foi o mote "não à imigração" que, em grande medida, garantiu a vitória da saída. Prevê-se que este seja um dos pontos mais difíceis da negociação.

4. Controlar a economia

A nova primeira-ministra terá de tranquilizar os investidores num momento em que a libra caiu e o Banco de Inglaterra detectou os primeiros sinais de risco para a estabilidade financeira. A quebra da libra deu um impulso às exportações, mas vários fundos imobiliários suspenderam operações e os grandes bancos planeiam mudar a sede de algumas operações parta outro país. A nomeação de May deu alguma tranquilidade aos mercados, mas a incerteza vai permanecer até ao fim das negociações. May terá que evitar uma recessão.

5. Unir os tories

Theresa May herda um Partido Conservador dividido entre adversários e apoiantes do "Brexit", com o ex-presidente da câmara de Londres, Boris Johnson, na primeira linha deste último grupo. Traições, golpes baixos e insultos mancharam a campanha do referendo mas não só: a guerra interna aniquilou as pretensões de ascensão de Johnson e do ex-ministro da Justiça, Michael Gove. Aliaram-se agora a May, o que significa que se trata de uma formação que sabe cerrar fileiras em torno do líder em tempos de adversidade.

6. Manter unido o reino

É uma das prioridades de May: manter a unidade do país, quando a Escócia ameaça fazer um novo referendo sobre a independência, pois ali a maioria quer permanecer na UE. A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, já esteve em Bruxelas para apalpar terreno e repete que um novo referendo após o de 2014, que garantiu que o reino permanecia unido, está em cima da mesa.

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