Nesta esplanada só se serve água, mas é gratuita
A partir desta sexta-feira e até meados de Setembro, a EPAL abre as portas e oferece água da torneira de forma gratuita.
Dizem os supersticiosos que brindar com água dá azar mas esta sexta-feira, no número 14 da Avenida da Liberdade, em Lisboa, os braços levantaram-se para beber o precioso líquido que sai da torneira. A celebração marcou a inauguração do Pátio da Água, uma iniciativa da Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) que pretende colocar os lisboetas e turistas a consumir água do cano. Para isso, a EPAL lançou também uma garrafa de água reciclável, que cada um poderá encher, de forma gratuita, no Pátio da Água, junto à sede da empresa.
Segundo os responsáveis pela iniciativa, o objectivo é "oferecer um espaço fresco e confortável onde o incentivo ao consumo da água da torneira passa pelo acesso ao espaço e consumo de água gratuito". O que custa é a garrafa lançada pela EPAL: um euro e meio. A iniciativa está aberta ao público até meados de Setembro, altura de maior pico de calor, todos os dias, das 11h às 19h.
José Oliveira, um lisboeta de 77 anos, sabia da inauguração e por isso planeou o seu passeio propositadamente para espreitar o novo espaço. Ainda na rua, pede licença para entrar e avança pelo pátio onde seis árvores dão sombra a meia dúzia de mesas. Ao fundo, dois empregados ao balcão vão enchendo as garrafas reutilizáveis. O calor que se faz sentir às 15h no centro da cidade encaminha-o directamente para o espaço onde estão a servir a água.
"Sou médico e por isso sei a importância de estar sempre hidratado", contextualiza José Oliveira, o primeiro a ir buscar uma destas garrafas recicláveis. Disponível em azul, vermelha, laranja, amarela, branca, preta, cor-de-rosa, verde e amarela, “há cores para todos os gostos, para todos os clubes e para todos os partidos”, garante José Sardinha, presidente da EPAL. Além disso, nesta época de santos populares, a empresa lançou uma edição limitada que celebra as Festas de Lisboa.
Também presente na inauguração esteve Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que elogiou os indicadores de qualidade da água da torneira, na qual afirma confiar bastante e diz ser a que mais consome. Para o autarca, a iniciativa é "muito agradável, excepto talvez para o comércio da redondeza".
A garrafa, que venceu um prémio de design internacional, é totalmente produzida em Portugal e o material não liberta substâncias nocivas. Sem rótulos e colas e apenas com o símbolo H20 (a fórmula química da água), a sua durabilidade estende-se por um período de cinco anos e é totalmente reciclável. Estreita no topo e larga na base, o gargalo distingue-se por ser descentrado e situado a um extremo.
A compra das garrafas pode ser feita também numa máquina dentro da sede da EPAL. Para já, o conceito só existe neste espaço, mas José Sardinha diz que estão a ser estudados novos locais "para surpreender os lisboetas".