Pólo do Museu de História Natural e da Ciência da UP abre em Setembro

Espaço ficará na Casa Andresen e será "um grande centro de ciência viva"

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Pólo ficará na Casa Andresen Fernando Veludo/nfactos

A Galeria da Biodiversidade do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (UP), na Casa Andresen, abrirá as portas ao público na segunda quinzena de Setembro, disse esta quinta-feira à Lusa o director do museu, Nuno Ferrand.

Segundo Nuno Ferrand, esta galeria será "um grande centro de ciência viva, um projecto muito diferente, porque vai ser um cruzamento de arte e ciência". Ocupando a Casa Andresen, este pólo terá no seu átrio um esqueleto de uma baleia, que é o animal descrito no conto da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen Saga e que servirá "de mote para tudo o resto, num cruzamento entre literatura e biodiversidade", explicou o responsável.

Mas o projecto deste Museu de História Natural e da Ciência é mais ambicioso e prevê a abertura ao público de outros dois pólos, designadamente um no edifício da Reitoria da UP, na Baixa da cidade, dedicado às colecções de Paleontologia, Zoologia e, entre outras, Botânica, e outro na Estação de Zoologia Marítima Dr. Augusto Nobre, na Foz.

Segundo o responsável, a primeira fase do pólo museológico que existe no edifício da reitoria, que "está encerrado há mais de 20 anos", está já em obras de recuperação para que seja possível, em Junho de 2017, reabrir o espaço com "uma nova maneira de mostrar" todo o espólio. "Em Junho de 2017 nós vamos receber a conferência europeia de museus e ciência, que contará com mais de mil pessoas, e queremos já ter o espaço aberto", explicou. O valor da empreitada de recuperação deste pólo na reitoria ultrapassa os dois milhões de euros, disse.

Numa fase posterior, ainda sem data e projecto concreto definido, o museu pretende também criar um terceiro pólo nas instalações da Estação de Zoologia Marítima Dr. Augusto Nobre, conhecidas como o antigo Aquário da Foz. Esta estação da Faculdade de Ciências da UP foi criada em 1914 por Augusto Nobre, tendo sido ampliada em 1927 para a construção de um aquário público, composto por 36 tanques de exposição de animais de água doce, salobra e salgada, mas acabou por fechar portas em 1965, devido aos estragos provocados pelos avanços do mar. 

"O Ciimar (Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da UP) abandona este mês aquela estação para se mudar para o Terminal de Cruzeiros de Leixões (em Matosinhos) e o espaço passa para o projecto do museu", explicou Nuno Ferrand, acrescentando que este será "um projecto de grande fôlego, virado para a sua função inicial de visitação do público", sendo que, "naturalmente, a Câmara do Porto está interessada" neste plano.

Com estes três pólos abertos ao público, o Porto terá um Museu de História Natural e da Ciência, "um projecto que terá uma nova maneira de olhar para essas disciplinas", concluiu Ferrand.