Uma família chinesa no palmarés do IndieLisboa
The Family é o vencedor do prémio maior do festival, com Sérgio Tréfaut a ganhar o concurso nacional pela terceira vez.
Pela primeira vez na história do IndieLisboa, o prémio maior do certame vai para a China. The Family, o épico de quase cinco horas sobre o quotidiano de uma família chinesa que marca a estreia na realização do director de fotografia Shumin Liu, é o vencedor do Grande Prémio Cidade de Lisboa, escolhido de entre os 11 filmes da competição internacional. Na competição nacional, o veterano Sérgio Tréfaut arrecadou pela terceira vez o prémio de Melhor Longa-Metragem, depois de Lisboetas em 2004 e Alentejo, Alentejo em 2014, com o seu filme-ensaio Treblinka, inspirado pelas vivências de Marceline Loridan-Ivens e Chil Rajchman nos campos da morte nazis da II Grande Guerra.
Nas curtas, os vencedores foram o argentino Kiro Russo com Nueva Vida, variação moderna sobre a Janela Indiscreta de Hitchcock (Grande Prémio do concurso internacional), e a dupla formada pelos artistas multimedia Gabriel Abrantes e Ben Rivers com a sua colaboração The Hunchback, inspirada livremente num conto das Mil e Uma Noites (Melhor Curta-Metragem Portuguesa).
As três curtas portuguesas apresentadas a concurso que já têm “passaporte” internacional saíram igualmente citadas nas categorias de curta-metragem. Balada de um Batráquio, de Leonor Teles, Urso de Ouro das curtas em Berlim, recebeu uma menção honrosa do júri da Amnistia Internacional; quanto às duas curtas que serão apresentadas na Semana da Crítica de Cannes, Campo de Víboras de Cristèle Alves Meira recebeu o prémio Novo Talento e Ascensão de Pedro Peralta o prémio Árvore da Vida.
Nas longas-metragens, foram ainda premiados três títulos da competição internacional. O híbrido “não-ficcional” Kate Plays Christine do americano Robert Greene recebeu o Prémio Especial do Júri; a ficção Short Stay de Ted Fendt levou o Prémio da Federação Internacional de Críticos de Cinema; e o documentário autobiográfico Flotel Europa do sérvio Vladimir Tomic recebeu dois prémios, atribuídos pelo júri Amnistia Internacional e pelo júri Universidades. O único outro filme premiado por duas vezes foi a comédia liceal do francês Rudi Rosenberg Le Nouveau, exibida na secção paralela Silvestre, vencedora do prémio do público na categoria de longa-metragem e do prémio do júri IndieJúnior. Também da secção Silvestre veio o filme vencedor do prémio RTP, a ficção experimental Eva No Duerme do argentino Pablo Agüero.
As restantes curtas premiadas foram a ficção Le Gouffre do francês Vincent le Port (prémio Culturgest Escolas), o documentário Maxamba de Suzanne Barnard e Sofia Borges (prémio Novíssimos para filme de escola) e a animação World of Tomorrow do americano Don Hertzfeldt (prémio do júri da revista de curtas-metragens Format Court).
O concurso internacional de longas foi julgado pela programadora Anna Hoffmann, pelo realizador Jorge Cramez e pelo crítico Silvio Grasselli, enquanto o concurso internacional de curtas-metragens teve como jurados a realizadora Céline Devaux e os programadores Enrico Vannucci e Francisco Frazão. O júri da competição nacional (que atribui os prémios de melhor longa e de melhor curta portuguesas, Novo Talento e Novíssimos) foi composto pela programadora Johanna Caraire e pelos distribuidores Julien Rejl e Pierre da Silva.
Os prémios do público, votados pelos espectadores das sessões do festival, couberam este ano a Le Nouveau (longa-metragem), ao documentário de Rokhsareh Maghami Sonita (IndieMusic), ao documentário norueguês Small Talk (curta-metragem) e ao filme colectivo francês The Short Story of a Fox and a Mouse (IndieJunior).
PALMARÉS
Longas-metragens
Grande Prémio Cidade de Lisboa: The Family, de Shumin Liu
Prémio Especial do Júri: Kate Plays Christine, de Robert Greene
Melhor Longa Portuguesa: Treblinka, de Sérgio Tréfaut
Prémio Indie Junior: Le Nouveau, de Rudi Rosenberg
Prémio do Público: Le Nouveau
Prémio Amnistia Internacional: Flotel Europa, de Vladimir Tomic; menção honrosa para a curta Balada de um Batráquio de Leonor Teles
Prémio RTP: Eva No Duerme, de Pablo Agüero
Prémio FIPRESCI: Short Stay, de Ted Fendt
Prémio Universidades: Flotel Europa
Curtas-metragens
Grande Prémio: Nueva Vida, de Kiro Russo; menções especiais para Velodrool de Sander Joon (Animação), La Impresión de una Guerra de Camilo Restrepo (Documentário) e Another City de Lam Pham Ngol (Ficção)
Melhor Curta Portuguesa: The Hunchback, de Gabriel Abrantes e Ben Rivers
Prémio Novo Talento: Campo de Víboras, de Cristèle Alves Meira; menção especial para Viktoria de Mónica Lima
Prémio Novíssimos: Maxamba, de Suzanne Barnard e Sofia Borges
Prémio do Público: Small Talk, de Even Hafnor e Lisa Brooke Hansen
Prémio do Público IndieJunior: The Short Story of a Fox and a Mouse, filme colectivo
Prémio Árvore da Vida: Ascensão, de Pedro Peralta; menção honrosa para Jean-Claude de Jorge Vaz Gomes
Prémio Escolas: Le Gouffre, de Vincent le Port
Prémio Format Court: World of Tomorrow, de Don Hertzfeldt