Dando resposta às preocupações europeias de reindustrializar a economia, um processo que tem vindo a ser chamado Industria 4.0 , também o Programa Nacional de Reformas lhe dedica particular atenção e um capítulo quase autónomo. De acordo com a proposta do governo, esta reindsutrialização tem de passar pela inovação empresarial e poderá materializar-se no apoio a 9950 empresas. Esse apoio pode ser feito através da aquisição de serviços aos laboratórios colaborativos (promovendo também aqui uma aproximação a instituições académicas e laboratórios associados), quer através do apoio directo a empresas para sua capacitação e inovação.

Para pôr em prática esta medida, o governo propõe-se a criar quatro grupos de trabalho até ao final do primeiro semestre para que façam uma análise às experiencias nacionais e internacionais; e identifiquem desafios e oportunidades nos sectores de Retalho (incluindo moda), Automóvel (incluindo moldes), Turismo e Agroindústrias. Segundo o Governo, já foram contactadas 88 entidades, “sendo que 12 integram o comité estratégico da Iniciativa Indústria 4.0”.

O objectivo é que as PME que tenham 10 ou mais trabalhadores ao serviço de actividades de inovação passam a representar entre 62 a 67% do total das PME em 2013.

O financiamento desta iniciativa vai ser garantido pelos fundos estruturais, estando prevista a alocação de 414 milhões de euros em linhas de financiamento dedicadas (nos Sistemas de Incentivos) que vão alavancar, “no mínimo”, outros 414 milhões de euros de iniciativa privada.

Será também a iniciativa Industria 4.0 quem vai ditar o plano de acção que será definido, ainda este ano de 2016, para promover a digitalização da economia – um outro objectivo elencado pela União Europeia e assumido pelo Governo português. Esse plano de acções assentará num conjunto de recomendações que levarão a correspondentes avisos de candidatura a fundos do Portugal 2020 durante o ano de 2017.