Isabel dos Santos terá chegado a acordo com o CaixaBank para a saída do capital do BPI, adiantou a SIC Notícias. Um acordo que permite aos espanhóis reforçar o controlo do banco português. Em contrapartida, a empresária angolana fica com o controlo do Banco de Fomento de Angola (BFA).

As duas partes tinham de chegar a um entendimento até este domingo, a data fixada pelo Banco Central Europeu (BCE) para o BPI reduzir o excesso de concentração de riscos em Angola. Sem acordo, o regulador iria impor multas diárias ao BPI que podem chegar aos 160 mil euros por dia.

O CaixaBank detém 44,10% do capital social do BPI (apesar de só poder exercer 20% dos votos devido à blindagem dos estatutos), enquanto a Santoro Finance, a holding de Isabel dos Santos, é o segundo maior accionista da instituição liderada por Fernando Ulrich, com 18,58%.

As negociações decorrem há semanas e, por mais de uma vez, se chegou a anunciar a iminência de um acordo, que não se viria a confirmar. Num excerto da entrevista que deu ao Diário de Notícias e à TSF, divulgada sábado, o primeiro-ministro disse confiar que as duas partes iriam chegar “a um entendimento em tempo útil”. António Costa defende que, havendo acordo, “o BCE terá em conta que há procedimentos legais que têm o seu tempo próprio e que não se justifica a aplicação de multas”.

Em cima da mesa estiveram dois temas: a venda ao CaixaBank da posição de 21% do BPI e que é representada por Isabel dos Santos (além dos 18,58% que possui directamente, juntam-se outros 2,2% por via do BIC Angola) e a compra dos 50,1% que o BPI detém no BFA (o restante capital está nas mãos da Unitel, também da empresária).