OE: PSD tem “dúvidas”, mas não quer dificultar posição de Portugal

CDS disse discordar de qualquer eventual aumento de impostos sobre a classe média.

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O deputado social-democrata António Leitão Amaro voltou a criticar o OE Rui Gaudêncio

Depois de uma hora de audiência com o ministro das Finanças, Mário Centeno – que esta quarta-feira está a reunir-se com os partidos –, o PSD manteve a sua prudência na posição quanto ao Orçamento do Estado. António Leitão Amaro, vice-presidente da bancada social-democrata, assume que tem “dúvidas altamente preocupantes” sobre o esboço enviado para Bruxelas, mas nunca se escuda apenas nas críticas da Comissão Europeia – e cita os alertas das instituições nacionais – com a justificação de que não pretende dificultar a posição portuguesa.

Leitão Amaro assegurou que as negociações entre o Governo e a Comissão Europeia ainda não estão terminadas e usou isso como justificação para não se pronunciar sobre eventuais medidas adicionais que estejam a ser ponderadas para cumprir metas de défice exigidas. Mais uma vez, os sociais-democratas usaram a prudência sem aproveitarem politicamente os alertas de Bruxelas. “A Comissão Europeia, a UTAO [Unidade Técnica de Apoio Orçamental] e o Conselho de Finanças Públicas têm colocado dúvidas”, disse o deputado aos jornalistas, no Parlamento, quando questionado sobre se as dúvidas de Bruxelas são razoáveis.

Acompanhado por Hugo Soares e Miguel Morgado, ambos vice-presidentes da bancada social-democrata, Leitão Amaro alegou desconhecer em detalhe a proposta de Orçamento e justificou a contenção com o interesse nacional. “Não vamos contribuir para dificultar a posição nacional”, afirmou. Questionado sobre se foi informado da intenção do Governo em rever números da proposta, Leitão Amaro respondeu: “Ficámos a saber que a estas revisões vão seguir-se outras revisões. Até onde não sabemos.”

O vice-presidente da bancada com a área das finanças sustentou que a estratégia do esboço orçamental “é irrealista e imprudente” e disse esperar que o Governo elabore uma proposta “credível” que permita compatibilizar a saúde das finanças públicas com a recuperação “gradual” dos rendimentos das famílias e com escolhas que permitam “fazer crescer a economia”.

A falta de estímulo ao crescimento da economia foi uma das preocupações deixadas por Nuno Magalhães, líder da bancada do CDS, à saída do encontro com Mário Centeno. “Este não é o nosso caminho”, afirmou o democrata-cristão, assegurando que não foi discutido qualquer aumento de impostos. Nuno Magalhães disse estar preocupado com essa intenção de tributar mais as famílias: “Qualquer aumento de impostos que afecte a classe média merece a nossa discordância.”

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