Vencedores e vencidos do primeiro round das primárias nos EUA

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Ted Cruz Christopher Furlong/Getty Images/AFP
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Marco Rubio Pete Marovich/Getty Images/AFP
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Hillary Clinton Brian Snyder/Reuters
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Bernie Sanders Joshua Lott/Getty Images/AFP
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Donald Trump Jim Bourg/Reuters
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Martin O'Malley Steve Pope/Getty Images/AFP
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Jeb Bush Chip Somodevilla/Getty Images/AFP

Vencedores...

Ted Cruz

O republicano do Texas tinha que ter uma vitória no Iowa — e conseguiu. Os evangélicos, que estimularam a vitória de Mike Huckabee em 2008 e a de Rick Santorum em 2012, perfizeram quase dois terços dos que participaram no caucus do Iowa, segundo uma sondagem à entrada das assembleias, e Cruz convenceu-os a todos. O candidato e a sua equipa construíram a melhor campanha e esta não falhou. Cruz esteve à medida — sulista, conservador — do Iowa. Porém, há uma grande diferença entre ter potencial e obter resultados. Para já, a vitória deu a Cruz um lugar no topo da tabela à medida que a campanha se desloca para Sul, depois das primárias do New Hampshire. E esse é um território que lhe é favorável.

Marco Rubio

O senador da Florida emergiu — como muitos esperavam — como o candidato mais forte do aparelho na corrida do Partido Republicano. Bateu-se bem com Trump pelo segundo lugar, o que era inimaginável há duas semanas. Igualmente importante para Rubio foi liderar entre os eleitores que só nas últimas semanas decidiram em quem votar. Este último dado deixa-o bem posicionado para os oito dias que faltam da corrida até às primárias do New Hampshire — sobretudo depois da desilusão que foi o resultado de Trump, o que por sua vez pode fazer com que os números do magnata do cimento desçam à terra na próxima votação. Rubio deverá beneficar do apoio que o aparelho partidário lhe vai dar — leia-se dos financiadores — para que afaste outros concorrentes. Se isso não acontecer antes do New Hampshire, um segundo bom resultado aqui pode forçar a que isso aconteça.

Hillary Clinton

As expectativas eram elevadíssimas. Precisava de vencer — e parece que venceu. Ao discursar, reconheceu que o anúncio do resultado no Iowa foi "um alívio" — mas não declarou vitória. Clinton parte para o New Hampshire com menos possibilidade de ganhar ali do que Sanders, mas é a favorita nos estados seguintes. O voto do Iowa não resolve os problemas que Clinton enfrenta, vindos da ala esquerda do Partido Democrata. Mas como uma derrota teria sido um resultado desastroso, o facto de não ter sido exactamente isso deve ser assinalado como uma vitória.

Bernie Sanders

O que aconteceu de segunda para terça-feira no New Hampshire não deverá influenciar o que se vai passar dentro de oito dias no New Hampshire. Ali, Sanders é o favorito. É notável que o septuagenário socialista do Vermont esteja a dar luta a Clinton (e que se possa chegar a uma disputa acesa pela eleição dos delegados à convenção), o que ninguém adivinhava há nove meses. A equipa de Sanders está galvanizada pelo que aconteceu no Iowa e está cada vez mais convencida de que vale a pena bater-se por ele. Resta saber até onde Sanders poderá ir depois de New Hampshire — e como se comportará se nos próximos meses tiver que travar com Hillary Clinton uma luta por delegados.

...e vencidos

Donald Trump

Quando toda a tua campanha assenta na permissa de que sabes como ganhar tudo, e quando estás sempre à frente nas sondagens, então tens que ganhar. Mas Trump não ganhou. Na verdade, nem se aproximou do primeiro classificado, ficou-se pelo segundo lugar mas muito perto do terceiro, Rubio. É legítimo que se questione se os números das sondagens se traduzem em votos — e essa dúvida só vai crescer a partir de agora. Os republicanos do Iowa deram cabo do brilho de Trump. O que vamos descobrir nos próximos dias é se o rombo é pequeno e pode ser remendado antes de New Hampshire, ou se é catastrófico e fará desabar todo o edifício.

Martin O’Malley

O antigo governador de Maryland nunca conseguiu velocidade suficiente para levantar voo. Assim que se tornou claro que Hillary Clinton se iria candidatar, O’Malley foi relegado para uma posição secundaríssima. Porém, a verdadeira sentença de morte para esta candidatura foi quando Sanders se tornou a alternativa liberal a Clinton. O’Malley passou o seu segundo mandato de governador a criar um currículo de liberal, mas Sanders roubou-lhe essa bandeira. Oficialmente, O’Malley retirou a candidatura na segunda-feira à noite, mas na verdade a sua corrida já tinha acabado há muito.

Jeb Bush

Não se previa que uma pessoa com o perfil de Bush — uma figura discreta e do aparelho e não um conservador da proa — se mostrasse verdadeiramente competitivo perante o eleitorado republicano do Iowa. Nem pensar. Porém, durante meses, Bush e os seus grupos de apoio injectaram muito tempo e dinheiro no Iowa.. Mas na noite de segunda-feira, Bush só conseguiu 2,8% dos votos. Por isso, foi um enorme desperdício de tempo e dinheiro.

Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post

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