Autarca da Maia contra suspensão de voos do Porto

Bragança Fernandes diz que aeroporto do Norte vai ficar entregue a companhias low cost e que isso tem custos

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Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, uma das obras com forte componente metalúrgica.

O presidente da Câmara da Maia criticou esta quinta-feira a suspensão de voos da TAP a partir do aeroporto do Porto, exigindo saber quanto custam ao erário público as contrapartidas que o Estado dá às companhias low cost em Portugal. Com esta decisão, "a TAP está a desvalorizar o aeroporto internacional do Porto, uma infraestrutura que custou 400 milhões de euros e que vai ser tomado pelas companhias aéreas low cost", lamentou à Lusa Bragança Fernandes.

O presidente da Câmara da Maia considerou "um absurdo" a suspensão dos voos da TAP entre o Porto e Barcelona (Espanha), Bruxelas (Bélgica), Milão e Roma (Itália) a partir de 27 de Março, acrescentando ter já solicitado uma reunião ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques. "As pessoas acham que pagam pouco [pelos bilhetes] nas low cost, mas o erário público está a pagar muito dinheiro, porque atrás das tarifas baratas há financiamento do Governo", frisou.

Questionando "para quê que a TAP faz isto?, para levar os aviões para Lisboa e depois se construir um novo aeroporto lá quando temos este aqui?", o autarca social-democrata classificou como "um crime ao Norte, ao turismo e aos industriais" da região a suspensão destas ligações aéreas.

Bragança Fernandes vai reforçar o pedido de reunião com o ministro, com quem pretende também ver esclarecidas questões sobre a introdução de portagens na A3 e A4, bem como exigir a retirada de pórticos da A41, o que reivindica há anos.

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, garantiu na quarta-feira no parlamento que não haverá novas portagens na A3 nem na A4, adiantando que o Governo continua a estudar como favorecer a mobilidade nas autoestradas do interior. "Neste ano, em que se acabam estas obras, este Governo não põe no Orçamento do Estado de 2016 qualquer introdução de portagens na A3 e na A4", declarou o governante, quando questionado sobre a possibilidade de virem a ser portajados o troço da A3 entre Águas Santas e a Maia e o troço da A4 entre Águas Santas e Ermesinde. Para Bragança Fernandes, esta garantia foi dada para este ano mas é preciso perceber se tal é ainda equacionado para depois.

O aeroporto que serve a região do Porto situa-se no concelho da Maia. Esta quinta-feira, também o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, chamou os jornalistas aos Paços do Concelho, defendendo que se a opção do Governo de ter a TAP pública for avante, terá de ser revista a posição que a companhia aérea tem tido em relação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro.