Artur Mas tem 60 anos e é político há 30, mas ainda não sabe antecipar a hora para sair. Poderia até o mundo estar todo errado e ele certo, mas, se o mundo não avança porque ele está no caminho, o certo seria demitir-se e deixar a original vida política catalã encontrar uma solução para o caos no qual está soterrada há meses. Estava a meio da corda bamba com o precipício lá em baixo desde as eleições de Setembro. De direita, juntou-se à CUP, de esquerda radical, para pedir aos catalães um “sim” para a independência da Catalunha. A estranha aliança ganhou no parlamento, mas perdeu no pseudoplebiscito. No instante em que Mas declarava a vitória, o líder da CUP declarava a derrota e pedia um novo líder. Depois de meses de bizarras negociações — como haver “três ou quatro” presidentes —, a CUP chumbou mesmo Artur Mas. O mínimo seria sair. Não será, porém, surpresa para ninguém se não desistir. Há políticos que não sabem morrer de pé.