O legado segurista no Governo de Costa
No elenco governativo do PS há quatro nomes que estiveram de forma mais ou menos comprometida com a anterior liderança socialista
O novo executivo socialista tem no seu seio alguns nomes que estiveram com a liderança que António Costa destronou. Dois deles chegaram a ministros, enquanto outros dois chegaram ao governo através do cargo de secretários de Estado.
O futuro ministro da Economia é o mais relevante em termos de peso. Conselheiro de Teixeira dos Santos no Ministério das Finanças, colaborou com António José Seguro e chegou a ser o porta-voz dessa liderança para as questões económicas. Mas Manuel Caldeira Cabral fez uma transição pacífica entre as duas lideranças. O economista manteve-se à margem da disputa interna, até porque o especialista é um independente sem filiação partidária.
Já João Soares, que fez parte do secretariado do anterior líder, esteve com Seguro na disputa interna socialista. No entanto, após a eleição, António Costa fez questão de o recuperar para as listas de deputados por Lisboa. E no processo de negociação à esquerda foi o primeiro dos seguristas a manifestar publicamente o seu apoio ao esforço levado a cabo pela actual liderança do PS.
Também José Luís Carneiro, líder da distrital do Porto, esteve com Seguro nas primárias internas. Após esse processo, o agora secretário de Estado das Comunidades foi gerindo o seu posicionamento, enterrando o machado de guerra em nome da unidade do partido. Durante a negociação do apoio da esquerda a uma solução governativa do PS também não esteve no encontro dos críticos na Mealhada, liderado pelo eurodeputado Francisco Assis.
Quanto a Jorge Seguro Sanches, embora um dos apoiantes de primeira hora de Seguro, acabou por se afastar dessa liderança ainda antes de esta ser derrotada nas primárias pelo então autarca de Lisboa. Abandonou o secretariado nacional por sua própria iniciativa e manteve-se relativamente distante desde essa altura. António Costa nomeou-o agora secretário de Estado da Energia.