Google abre candidaturas a 150 milhões em subsídios para jornalismo na Europa

Fundo de inovação é encabeçado pelo presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro.

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As relações do Google com a imprensa europeia nem sempre foram as melhores Emmanuel Dunand/AFP

O Google está a investir num sector com o qual nem sempre teve as melhores relações. A multinacional abriu nesta quinta-feira as candidaturas a um fundo que, ao longo dos próximos três anos, vai disponibilizar um total de 150 milhões de euros para financiar projectos europeus de inovação no jornalismo.

Os montantes do fundo e o seu grau de participação financeira variam consoante a dimensão de cada projecto. Nos casos dos projectos mais pequenos e ainda em fase inicial, o fundo subsidiará o custo total, até um máximo de 50 mil euros. Estes projectos poderão ser apresentados por organizações e indivíduos, e serão avaliados mais rapidamente do que os restantes.

Já nos projectos considerados de média e grande dimensão – os que requerem financiamento até 300 mil euros e um milhão de euros, respectivamente – o fundo financiará, no máximo, 70% do custo total. As candidaturas a estes montantes terão de ser feitas por organizações. O fundo aceitará excepções ao limite de um milhão de euros no caso de projectos que envolvam várias organizações – por exemplo, iniciativas de âmbito internacional ou que sejam transversais a um sector.

A primeira fase de candidaturas termina a 4 de Dezembro, abrindo-se uma nova fase na Primavera de 2016. Haverá dois períodos anuais de candidaturas.

A avaliação dos processos será inicialmente feita por uma equipa de pessoas do Google e do sector, que decidem sobre os projectos de pequena dimensão e fazem recomendações sobre os restantes a um conselho do fundo, actualmente com 11 membros, que é responsável por determinar os financiamentos de montantes mais elevados. O conselho é encabeçado pelo presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro.

O fundo, que faz parte da Digital News Initiative, uma parceria da empresa com os media na Europa, tinha sido anunciado em Abril, depois de experiências de apoio aos órgãos de comunicação de alguns países, como a Bélgica (com um acordo que levou o Google a publicitar os seus serviços nos media belgas) e a França, onde a multinacional disponibilizou em 2013 um montante de 60 milhões de euros para inovação no sector. As medidas surgiram então para aplacar as críticas – e os processos judiciais – de que a empresa foi alvo nos últimos anos na Europa por usar o conteúdo das publicações em alguns dos seus serviços, como o agregador Google News.

No início deste mês, o Google tinha também apresentado uma ferramenta de código aberto, chamada Accelerated Mobile Pages, destinada a fazer com que o conteúdo de sites seja carregado mais depressa em dispositivos móveis, e que contou com a parceria de alguns órgãos de comunicação internacionais.

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