Candidata da CDU à câmara de Colónia esfaqueada por apoio aos refugiados

Henriette Reker foi atacada na véspera das eleições. O agressor disse à polícia que o seu motivo foi o "ódio aos estrangeiros".

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A polícia germânica confirmou que o ataque a Henriette Reker, num mercado de Colónia, teve motivações políticas REUTERS/Wolfgang Rattay

Uma candidata às eleições autárquicas da cidade de Colónia, Henriette Reker, foi violentamente atacada à facada durante uma acção de campanha, num acto que a polícia regional descreveu como “político” e com “motivações racistas”, aparentemente em protesto contra a política de acolhimento de refugiados na Alemanha.

Segundo a AFP, a candidata dos democrata-cristãos alemães (CDU) à presidência da câmara municipal ficou gravemente ferida, tendo sido transportada para o hospital com vários golpes, incluindo no pescoço. O seu estado é considerado estável. O seu agressor, um homem de 44 anos, também golpeou outras quatro pessoas no mesmo local: além de Reker, uma outra mulher, que faz parte da equipa de campanha, foi também ferida com gravidade.

O incidente ocorreu durante uma sessão de campanha da CDU no bairro de Braunsfeld, em Colónia, que neste domingo elege os seus novos órgãos autárquicos. Henriette Reker, uma advogada de 58 anos de idade que concorre de forma independente com o apoio da CDU, dos Verdes e dos Democratas Livres, é a favorita à vitória.

A chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou o seu choque e consternação com o ataque, que condenou veementemente. O seu porta-voz disse que Merkel inteirou-se pessoalmente do estado de Henriette Reker e também foi informada sobre o inquérito em curso – os investigadores estão a tratar o acto como um crime de ódio e de contornos políticos.

De acordo com a revista alemã Focus, o agressor – que foi imediatamente detido – terá dito às autoridades que a motivação para o ataque terá sido o “ódio aos estrangeiros” e o desejo de protestar contra o acolhimento de refugiados. Henriette Reker dirigia o departamento de assuntos sociais e integração da cidade de Colónia, que é responsável pelo acolhimento de refugiados.

O atacante, que é residente em Colónia e tem nacionalidade alemã, está desempregado há vários anos, e não tem antecedentes criminais, informou o chefe da polícia, Wolfgang Albers. O investigador principal, Norbert Wahner, disse que o ataque foi um acto premeditado e que o agressor agiu sozinho. “Não há razões para acreditar que outras pessoas ou grupos estejam envolvidos no incidente”, declarou.

O procurador de Colónia, Ulf Willuhn, disse que o inquérito incluirá um exame psiquiátrico, dando a entender que as autoridades suspeitam que o agressor não estaria na posse de todas as suas faculdades mentais.

O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, considerou o ataque “terrível e cobarde”.

Apesar da gravidade do ataque, a polícia garantiu a segurança para a realização das eleições autárquicas de amanhã.

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