Pobreza: Cinco frases e imagens para dizer que ela existe

A secção portuguesa da Rede Europeia Anti-Pobreza tem na rua uma campanha para lembrar que a pobreza tem rostos. E que todos são muito diferentes.

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Paulo Pimenta
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Adriano Miranda
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Sérgio Aires
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Rui Farinha
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Lara Jacinto

A campanha “Pobreza Não” é da EAPN Portugal, presidida pelo padre Jardim Moreira, e inclui imagens dos fotojornalistas Adriano Miranda, Lara Jacinto, Paulo Pimenta e Rui Farinha. Sérgio Aires, o presidente da EAPN, é o autor da quinta imagem e Manuel Januário colaborou na concepção dos cartazes que, a partir de desta quarta-feira, estarão espalhados por cerca de 370 mupis de mais de 125 municípios, no âmbito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala no sábado. As mensagens serão ainda divulgadas em 30 painéis electrónicos das autarquias.

E cada uma delas conta a sua própria história. Para os fotógrafos que a tiraram e para quem, a partir de agora, irá deparar-se com os cartazes. A lágrima que escorre do rosto da mulher que Paulo Pimenta, repórter fotográfico do PÚBLICO, captou caiu enquanto ela contava os problemas que vive no dia-a-dia, sem trabalho, com baixos rendimentos, e numa situação de conflito com o irmão com quem partilha uma casa num bairro social do Porto. A camisola cor-de-rosa da mulher que Adriano Miranda, também do PÚBLICO, encontrou, numa casa sem luz nem água, não é suficiente para a proteger da falta de quase tudo. A mulher que nos olha através da sua casa com grades, que Rui Farinha descobriu na degradada zona do Pego Negro, no Porto, parece dizer-nos que não tem como sair dali e quebrar o ciclo de miséria. O homem no limite de algo, sem saída, que a câmara de Lara Jacinto captou, é mais uma metáfora de como a pobreza nos pode deixar sem opções. E a jovem fotografada por Sérgio Aires é apenas mais um rosto da pobreza que, frisa o presidente da EAPN, não é um problema português nem da exclusiva responsabilidade portuguesa mas “de dimensão europeia”.

O problema da pobreza diz “não é individual, mas colectivo” e a solução também não pode ser encontrada de forma isolada. “Enquanto o modelo macroeconómico da Europa for o mesmo, que já provou distribuir muito mal a riqueza” não será possível quebrar o ciclo, avisa Sérgio Aires. E, no que concerne à pobreza, Portugal, nesta Europa, está pior, muito pior, garante. Os cartazes estão aí para que não nos esquecemos. Nem baixemos os braços.

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