O que vai e não vai mudando no Vaticano
Francisco continua a mudar o que parecia imutável.
Desenganem-se os que pensam que vai ser “liberalizada” a até aqui demorada aceitação da nulidade do casamento católico. Ou que vai ser aceite a sua dissolução perante as leis da Igreja católica. Para o Vaticano, o casamento católico continua a ser indissolúvel e, para que ele seja anulado, é preciso cumprir os rituais pedidos baseados nos motivos já antes utilizados. Mas o que o Papa Francisco acaba de aprovar corresponde, ainda assim, a uma revolução no sistema: um processo que demorava anos e custava milhares de euros pode agora ser breve e gratuito (demonstrando “a gratuitidade do amor de Cristo”, justifica o Papa, “num assunto tão ligado à salvação das almas”). Mas, mais do que isso, a decisão poderá ser agora tomada na diocese do casal e a segunda opinião é facultativa (antes era obrigatória e demorada e, com recurso, podia ir até ao Vaticano). Sem pôr em causa fundamentos, Francisco continua a mudar o que parecia imutável.