Marcelo considera que mensagem de Sócrates é “sensata” e não prejudica o PS

Coligação anunciou visita à Leica como sendo uma acção de campanha, mas empresa recusa “associação política” de uma “visita informal” que aceitou a pedido da autarquia - que é PSD/CDS.

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Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Pedro Cunha

"A declaração é sensata, é contida e se for a única declaração no período até 4 de Outubro não tem influência negativa na campanha do PS. Pode ter [influência] positiva, não tem [influência] negativa", avaliou o comentador político e ex-líder do PSD à margem de uma acção de campanha da coligação "Portugal à Frente" (PSD/CDS-PP) em Guimarães.

No entanto, a questão está, para Marcelo Rebelo de Sousa, em saber se o ex-primeiro-ministro José Sócrates, que está em prisão domiciliária desde sexta-feira, em Lisboa, voltará a fazer mais alguma “intervenção”. "Há um tempo para tudo. Neste momento, o que mais me importa é que todos aqueles que se batem por uma alternativa política de mudança saibam que estou do seu lado. Ao lado do PS, ao lado de António Costa pela vitória eleitoral", afirmou José Sócrates, numa declaração divulgada pelo Jornal de Notícias.

Sobre o debate televisivo entre Pedro Passos Coelho e António Costa que se realiza quarta-feira, o comentador disse esperar que o confronto seja esclarecedor e com pouco temas. "Espero que os dois candidatos a primeiro-ministro sejam muito claros e muito precisos naquilo que é o seu compromisso, que não digam generalidades", afirmou. "Do debate espero que não tenha temas a mais; que haja um equilíbrio entre temas da vida das pessoas e temas políticos puros. Não se perdoaria se não se falasse de educação, saúde e segurança social e se só se falasse de questões políticas", explanou.

Sobre a proximidade nas intenções de voto entre as duas forças políticas explícitas nas últimas sondagens, Marcelo Rebelo Sousa avançou com quatro pontos críticos de António Costa. "A dificuldade de explicar o que se passou em 2011, a dificuldade em explicar o que se passa hoje, a dificuldade de querer ao mesmo tempo o centro e a esquerda e a dificuldade de um homem só, a meu ver, são as explicações pelas quais, volvidos oito meses, aquilo que parecia uma perspectiva eleitoral passou a ser outra perspectiva eleitoral", enumerou.

Uma visita que não é eleitoral
A coligação Portugal à Frente tem anunciado desde domingo à comunicação social a “agenda de campanha” para esta terça-feira onde inclui a visita de Marcelo Rebelo de Sousa à empresa Leica em Vila Nova de Famalicão. O evento arrisca-se a ser a segunda polémica da campanha da coligação de direita, depois de ter também tido problemas com o pagamento dos direitos de imagens dos cartazes.

A empresa de aparelhos ópticos já veio recusar que se trate de uma visita de carácter político. Em comunicado, a Leica diz não ter “qualquer informação sobre a visita do professor Marcelo Rebelo de Sousa nos termos em que a mesma está a ser noticiada” – ou seja, como sendo de campanha eleitoral.

A Leica afirma que “receberá o reputado comentador político no âmbito de uma visita informal, a pedido da autarquia onde está inserida, mas rejeita qualquer associação política a este ou qualquer outro candidato a cargos políticos”.

A Câmara de Vila Nova de Famalicão é presidida por Paulo Cunha, eleito em 2013 pela coligação PSD/CDS-PP, assim como seis de dez vereadores que compõem aquele executivo.