Pela primeira vez, a UE recebeu mais de 100 mil imigrantes num mês

Grécia, Itália e Hungria são as principais portas de entrada. Alemanha é o país em que mais pedem asilo.

Foto
Imigrantes num comboio na Macedónia, em direcção à fronteira da Sérvia com a Hungria DIMITAR DILKOFF/AFP

A maioria destes imigrantes chegaram às ilhas gregas, perto da costa turca, em fuga da guerra na Síria.

O aumento pode dever-se em parte a uma melhoria na monitorização, mas testemunha a escala de uma crise que levou a mais de 2000 mortes no mar este ano, com migrantes desesperados por fugir a guerras como a Síria e perseguições como na Nigéria, a sofrerem às mãos dos traficantes de pessoas, especialmente na Líbia, de onde chegam relatos aterradores.

A Frontex registou 107.500 chegadas irregulares em Julho, o maior número desde o recorde anterior, de mais de 70 mil, o número de Junho. A fronteira com mais passagens é a grega: quase 50 mil chegadas às ilhas do mar Egeu.


Só na semana passada chegaram à costa grega 21 mil refugiados por mar.

A Grécia recebeu este ano já mais imigrantes do que a Itália, que tem sido o número um nos últimos anos e que tem mais condições para o processamento. Atenas pediu já ajuda urgente à União Europeia.

Este ano chegaram à União Europeia quase 340 mil migrantes, um aumento de 175% face ao mesmo período do ano passado e muito mais do que o total de chegadas em todo o ano de 2014 – 280 mil.

Embora a Grécia e a Itália sejam os principais pontos de entrada para os migrantes que chegam por mar, estes países não são o destino final desejado. A Alemanha, por exemplo, é um dos mais procurados, e por isso o número de pedidos de asilo para este ano, que se previa que chegassem a 500 mil, ficará muito acima disso: terá de lidar com 800 mil, anunciou o ministro do Interior, Thomas de Maizière. No ano ano passado, teve 203 mil pedidos de asilo. 

A fronteira da Hungria com a Sérvia é outro ponto onde tem aumentado muito a entrada de imigrantes: 34 mil pessoas em Julho.