Nota média subiu, mas há ainda 26% que chumbam a Matemática
Os resultados da 2.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário foram afixados nas escolas nesta terça-feira. Matemática melhor do que no ano passado, mas com 26% de chumbos.
Foi este o desempenho dos alunos internos, que são a maioria dos que fazem exames, às quatro disciplinas com mais inscritos. Mas foram realizadas mais de 108 mil provas a 22 “cadeiras” distintas. A média mais baixa foi obtida pelos 1676 alunos que fizeram o exame de Filosofia.
Os resultados da 2.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário foram afixados nas escolas nesta terça-feira, depois de, na 1.º fase, se ter registado, na generalidade dos exames, uma melhoria das médias relativamente ao ano anterior, com destaque para Matemática A.
Nesta disciplina, aliás, a média na 1.ª fase dos resultados dos alunos internos (aqueles que frequentam a escola ao longo do ano todo, ao contrário dos externos e autopropostos) foi das mais altas em 20 anos de exames nacionais: 12 valores. Isto quando em 2014 não tinha ido além dos 9,2.
Os dados conhecidos nesta terça-feira mostram que os alunos (cerca de 10.900) que fizeram o teste de Matemática na 2.ª fase continuaram a sair-se melhor do que no ano passado — quando, nesta etapa, a média não tinha ido além dos 9 valores.
À 2.ª fase das provas (que se realizou entre 17 e 21 de Julho) recorrem, sobretudo, alunos que não obtiveram aprovação na 1.ª fase. Daí que, como recorda o comunicado emitido nesta terça-feira pelo Ministério da Educação e Ciência, os resultados sejam tradicionalmente mais fracos.
Também o Instituto de Avaliação Educativa (Iave) sublinha, em comunicado, que "os resultados dos alunos internos nas provas do ensino secundário devem ser interpretados tendo em conta o seu contexto específico de utilização, designadamente como segunda oportunidade para os alunos que não obtiveram aprovação na 1.ª fase ou como tentativa de melhoria da classificação aí obtida".
Apesar da melhoria observada na média de exame, feitas as contas à classificação deste (que vale 30% da nota final) e à nota obtida ao longo do ano, na escola, a taxa de reprovação do grupo dos alunos internos que prestou provas nesta 2.ª fase a Matemática foi de 26% (na 1.ª fase a taxa de reprovação entre os alunos que então prestaram provas tinha sido de 11%).
Lurdes Figueiral, presidente da Associação de Professores de Matemática, não estranha o valor. Sublinha que tendo o exame da 1.ª fase sido "bastante adequado", permitindo que alunos que tivessem um desempenho razoável passassem, os que ficaram para a 2.ª fase acabaram por ser "os mais fracos", que já levavam notas internas mais baixas e corriam, por isso, maior risco de chumbar.
As mais elevadas taxas de aprovação na 2.ª fase registam-se nas disciplinas de Biologia e Geologia (90%) e Português (85%).
A pior taxa é a de História da Cultura e das Artes com 34% de reprovações entre os 544 alunos que foram a exame na 2.ª fase.
De resto, nas quatro disciplinas mais concorridas, só Português (12.137 inscritos) vê a média nacional piorar em relação à 2.ª fase do ano passado (e pouco, de 9,8 para 9,7). A Física e Química (13.531 inscritos) a média sobe de 8,5 para 9,8 e a Biologia e Geologia (15.724 inscritos), de 8,3 para 10,5.
O ministério sintetiza assim o que se passou nos diferentes exames: em quatro disciplinas a média foi inferior a 9,5 pontos. A saber: Filosofia, História da Cultura e das Artes, Matemática B e Matemática Aplicada às Ciências Sociais.
Quanto à percentagem de provas com classificação igual ou superior a 9,5 valores, e tendo em consideração as disciplinas com maior número de provas realizadas, o ministério destaca as disciplinas de Desenho A, Inglês, Geografia A, Biologia e Geologia e Economia A com, respectivamente, 92%, 71%, 59%, 54% e 50% de provas com classificação superior a 9,5.
Já o Iave sublinha que entre 2010 e 2015 as médias na 2.ª fase nas disciplinas com mais inscritos "revelam um quadro de estabilidade". A Matemática, por exemplo, a média de exame mais alta registou-se em 2010 (9,8 valores) e a mais baixa em 2014 (9). A Português a média mais alta foi em 2010 (10,1) e a mais baixa em 2015 e em 2013 (9,7).
Ainda neste período de seis anos de exames, a melhor média a Biologia e Geologia observou-se em 2011 (10,7 valores) e a mais baixa em 2012 (7,9). Por fim, a Física e Química, foi este ano que se registou a média mais elevada e em 2012 a mais fraca (7,8).
A classificação destas provas esteve a cargo de 4270 professores classificadores.