Bairro do Alto do Pina vence Marchas Populares de Lisboa

Alfama e Alcântara ficaram respectivamente em segundo e terceiro lugar. Vinte marchas estiveram em concurso.

A marcha do bairro do Alto da Pina em desfile
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A marcha do bairro do Alto do Pina em desfile José Frade/EGEAC
A marcha do bairro do Alto da Pina em desfile
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A marcha do bairro do Alto do Pina em desfile José Frade/EGEAC

O segundo lugar foi atribuído à Marcha de Alfama e o terceiro à Marcha de Alcântara. Em competição estiveram 20 marchas a descerem a Avenida da Liberdade e duas marchas em extraconcurso (A Voz do Operário e a dos Mercados).

As marchas foram avaliadas em dois momentos, no MEO Arena, entre 5 e 7 de Junho, e na Avenida da Liberdade, a 12 de Junho, com uma pontuação de 0 a 20 nas categorias de coreografia, cenografia, figurino, melhor letra, musicalidade, melhor composição original e desfile da avenida.

O Alto do Pina, que ficou com 241 pontos, levou ainda para casa o título de melhor figurino e melhor desfile da avenida. Alfama (240 pontos) venceu nas categorias de melhor musicalidade, melhor composição original, com Marinheiro de Alfama, e melhor coreografia, neste caso ex-aqueo com a Marcha da Madragoa. Alcântara (221 pontos) venceu na cenografia e São Vicente conquistou o título de melhor letra.

As marchas em concurso foram Bela Flor, Mouraria, Santa Engrácia, Marvila, Alfama, Graça, São Domingos de Benfica, Carnide, Madragoa, Benfica, Bica, Alcântara, Bairro Alto, São Vicente, Olivais, Baixa, Lumiar, Alto do Pina, Beato e Ajuda.

Na Avenida da Liberdade desfilaram também os 32 noivos de Santo António e, como convidados, o Agrupamento de Macau, a Marcha Popular de Faro, a Marcha da Madeira e o Agrupamento CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Nos últimos quatro anos, o Alto do Pina e Alfama têm dividido o primeiro lugar das marchas populares. O Alto do Pina levou o troféu em 2011 e 2012, Alfama venceu os desfiles em 2013 e 2014.

"A marcha é linda" desde 1932
As marchas populares acontecem em Lisboa desde 1932. Há registos do início do século passado de pequenos grupos que se deslocavam com archotes, cantando em competição — as marchas ao filambó, uma adaptação das francesas marches au flambeaux —, segundo revela a Câmara Municipal de Lisboa (CML) no seu site.

Mas foi em 1932 que, com o objectivo de revitalizar o Parque Mayer, alguns núcleos bairristas desfilaram no Capitólio a convite do cineasta português José Leitão de Barros. Ainda de acordo com a CML, Alto do Pina, Bairro Alto e Campo de Ourique foram os ranchos (como se chamavam na altura) participantes, ainda sem o tom alfacinha como tema central, mas já em formato de competição. Campo de Ourique, com os seus trajes minhotos, foi o vencedor da primeira edição.

Apesar de alguns interregnos ao longo dos anos — após o 25 de Abril de 1974, as marchas extinguiram-se por estarem associadas ao Estado Novo —, sempre que se realizaram, as marchas populares foram um enorme sucesso. Desde 1980 que as marchas desfilam anualmente sem qualquer interrupção e sempre com a Avenida da Liberdade cheia para ver passar os seus bairros. E, como sempre gritam os alfacinhas, "a marcha é linda..." com Lusa

Datas marcantes

1932: Primeiro desfile oficial com quatro bairros

1934: 300 mil pessoas assistiram ao desfile de 12 bairros e 800 marchantes, desde o Terreiro do Paço até ao Parque Eduardo VII. Uma verdadeira maratona

1952: Deslocação do desfile para o percurso que conhecemos hoje, do Marquês de Pombal aos Restauradores

1970: RTP transmite pela primeira vez o desfile

1980: As marchas passam a realizar-se anualmente sem interrupção

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